Rússia acusa países ocidentais de politizarem morte de Alexei Navalny
Opositor do governo Putin teria passado mal durante uma caminhada na prisão; causa da morte ainda não foi revelada
Camila Stucaluc
O representante russo na Organização das Nações Unidas (ONU), Vasily Nebenzya, acusou os países ocidentais de politizarem a morte de Alexei Navalny, considerado o principal opositor do presidente Vladimir Putin. Em declaração na segunda-feira (19), o diplomata defendeu que as investigações do óbito ainda não foram concluídas.
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“A perícia forense ainda não foi concluída e a exata causa de morte não foi divulgada. Os nossos colegas ocidentais se apressaram a afirmar, 20 minutos após a notícia ser publicada, que a morte foi da responsabilidade do regime de Putin”, disse Nebenzya.
A fala aconteceu em resposta a um jornalista, que perguntou o motivo do governo não liberar o corpo de Nebenzya. Segundo a porta-voz do político, Kira Yarmysh, as autoridades russas negaram, pelo terceiro dia seguido, o acesso da família e advogados ao corpo do político. “Um dos advogados foi literalmente expulso”, disse Yarmysh.
A morte de Navalny foi confirmada na sexta-feira (16) pelo Serviço Penitenciário russo, que informou que o líder político se sentiu mal após uma caminhada no presídio de Yamalo-Nenets, localizado na Sibéria, e perdeu a consciência. Ele cumpria uma sentença de 19 anos de prisão por acusações de extremismo e outros crimes.
Líderes ocidentais culparam o regime Putin pela morte de Navalny, uma vez que o político foi o mais novo a entrar para a lista de rivais de Putin mortos em condições suspeitas e não esclarecidas. Em 2020, Navalny já havia sido envenenado.
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O caso também gerou repercussão no território russo. Milhares de pessoas foram às ruas para prestar homenagem à Navalny e outras vítimas de repressão política. Os atos, no entanto, foram interrompidos por policiais, que prenderam mais de 400 manifestantes. Até o momento, 90 pessoas foram condenadas a ao menos duas semanas de prisão.