Viúva de Navalny promete continuar luta contra Putin
Yulia Navalnaya também acusou o presidente russo de matar o marido; mãe não foi autorizada a ver o corpo
Yulia Navalnaya, viúva do líder da oposição russa, Alexei Navalny, prometeu continuar a luta do marido contra o atual governo russo. Ela também acusou Vladimir Putin de matar Navalny em uma prisão remota do país na sexta-feira (16) da semana passada.
“Eles são covardes e mesquinhos, escondendo seu corpo, recusando-se a entregá-lo à sua mãe e mentindo miseravelmente enquanto esperam que o rastro do Novichok de outro Putin desapareça”, disse Navalnaya.
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Ela pediu apoio dos russos “para partilhar não só a dor e a dor interminável que nos envolveu e tomou conta, mas também a minha raiva”.“Raiva, raiva, ódio por aqueles que ousaram matar o nosso futuro”, disse ela.
“A principal coisa que podemos fazer por Alexei e por nós mesmos é continuar lutando”, disse ela. “Mais forte, mais feroz e valentemente do que fizemos antes. Todos nós precisamos nos unir em um punho forte e atacar aquele regime louco, Putin, seus comparsas, bandidos com dragonas, ladrões e assassinos que mutilaram nosso país.”
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De acordo com autoridades russas, a causa da morte de Navalny ainda é desconhecida. Ele teria passado mal durante uma caminhada no final da semana passada. Kira Yarmysh, porta-voz do opositor, disse que advogados e nem a mãe de Navalny foram autorizados a entrar no necrotério para saber se ao menos o corpo dele estava lá.
Líderes mundiais culparam Putin pela morte do opositor aos 47 anos. Porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, chamou as declarações como “grosseiras “ e “inadmissíveis”. Ele também disse que o Kremlin não estava envolvido na liberação do corpo de Navalny e que a investigação oficial continuava em conformidade com a lei.
O opositor russo estava preso desde janeiro de 2021, quando retornou a Moscou após se recuperar na Alemanha de um envenenamento que ele atribuiu ao Kremlin. Antes de sua prisão, ele fez campanha contra a corrupção oficial e organizou grandes protestos anti-Kremlin.
Ele cumpria uma pena de 19 anos de prisão sob a acusação de extremismo e foi transferido em dezembro para uma prisão na região de Vladimir, na Rússia central, com o mais alto nível de segurança das prisões do país.
Na época, os aliados condenaram a transferência para uma região de frio intenso, distante de Moscou e denunciaram uma tentativa de silenciá-lo.Desde então foram três sentenças de prisão, todas apontadas por Navalny com motivação política.