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Roubo no Louvre faz governo francês revisar protocolos de segurança em todos museus do país

Suspeitos levaram joias e pedras preciosas avaliadas em milhões de euros durante roubo no domingo (19); autoridades classificam o caso como “roubo do século”

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Broche conhecido como "broche relicário" | Divulgação
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Após o audacioso roubo no Museu do Louvre, em Paris, no domingo (19), o governo francês anunciou que vai revisar as medidas de segurança em outros museus do país.

A decisão faz parte do esforço das autoridades para reforçar a imagem de segurança da França, enquanto a polícia busca identificar os suspeitos envolvidos no que está sendo chamado de “roubo do século”.

De acordo com a investigação, os ladrões entraram no museu por uma janela e levaram oito peças da coleção de joias e pedras preciosas da Galeria de Apolo, espaço que abriga relíquias e tesouros da realeza francesa. As peças são avaliadas em milhões de euros. Até o momento, ninguém foi preso.

A França tem diversos museus considerados importantes para a história da arte. Entre eles, o Museu d'Orsay, famoso por sua coleção de obras-primas impressionistas e pós-impressionistas. Outro espaço importante é o Centro Pompidou, que concentra obras da arte moderna e contemporânea.

Por conta disso, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, classificou o episódio como “deplorável” e informou que os ministérios da Cultura e da Justiça realizaram uma reunião de emergência nesta segunda-feira (20).

As pastas pediram uma avaliação imediata das medidas de segurança em instituições culturais e o reforço da vigilância.

A repercussão do roubo também gerou reações políticas. O líder do partido de extrema direita Rally Nacional, Jordan Bardella, chamou o episódio de “humilhação nacional” e questionou “até onde irá a desintegração do Estado francês”.

O presidente Emmanuel Macron, prometeu recuperar as joias roubadas e afirmou que os criminosos serão punidos e "levados à Justiça" em um post na rede social X.

O Louvre é o museu mais visitado do mundo, com mais de 33 mil obras no acervo, entre pinturas, esculturas e artefatos de civilizações antigas. No último ano, recebeu quase nove milhões de visitantes, 80% deles estrangeiros.

Apesar de sua importância, o museu tem um histórico de roubos e invasões. Segundo a revista National Geographic, em 1911, a “Mona Lisa”, de Leonardo da Vinci, foi furtada por um ex-funcionário, sendo recuperada dois anos depois.

Durante a ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial, nos anos de 1940, parte do acervo também foi saqueada. Em 1966, um conjunto de joias antigas foi roubado durante o transporte de volta à França, mas acabou sendo encontrado em Nova York dias depois.

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O roubo

O crime aconteceu na manhã de domingo (19), por volta das 9h30 no horário local, 30 minutos depois de o museu abrir suas portas ao público.

De acordo com as autoridades, quatro ladrões mascarados invadiram o prédio usando um caminhão com escada, quebraram uma janela do andar superior e entraram na Galeria de Apollo, área no primeiro andar que abriga parte das joias da coroa francesa.

Segundo a promotora de Paris, Laure Beccuau, o assalto durou poucos minutos e foi realizado por pessoas desarmadas, mas que ameaçaram os guardas com esmerilhadeiras.

Nove objetos foram alvos dos criminosos; oito foram roubados, e o nono, a coroa da imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III, caiu durante a fuga, quando os assaltantes deixaram o local em motocicletas.

As peças roubadas foram:

  • Coroa com safiras e quase 2.000 diamantes;
  • Colar com oito safiras do Sri Lanka e mais de 600 diamantes da rainha consorte Maria Amélia;
  • Colar e brincos da imperadora Maria Luisa, segunda esposa de Napoleão Bonaparte, com 32 esmeraldas e 1.138 diamantes;
  • Broche com 2.634 diamantes da imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III, adquirido pelo Louvre em 2008 por € 6,72 milhões - cerca de R$ 42,2 milhões.

O que se sabe sobre os suspeitos?

Ninguém foi preso até agora, nem identificado. Os investigadores vão avaliar imagens de câmeras de segurança e interrogar funcionários para tentar chegar aos suspeitos.

As autoridades também buscam saber se há envolvimento de algum trabalhador do museu para facilitar a entrada dos ladrões, que usavam coletes amarelos como disfarce.

Todas as hipóteses são consideradas, disse Laure Beccuau, promotora de Paris. Uma das linhas de investigação, segundo ela, é que o roubo tenha sido encomendado por um colecionador.

O envolvimento do crime organizado não está descartado. Neste caso, afirmou ela, as joias poderiam ser usadas em transações para lavar dinheiro de origem ilegal.

"Hoje em dia, tudo pode estar ligado ao narcotráfico, dadas as somas significativas de dinheiro obtidas."

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