Quem é Rodrigo Paz, político de centro-direita eleito presidente da Bolívia
Senador do Partido Democrata Cristão obteve 54,5% dos votos e encerra 20 anos de governos de esquerda no país latino-americano
SBT News
com informações da Reuters
O senador do Partido Democrata Cristão e candidato de centro-direita, Rodrigo Paz, venceu o segundo turno das eleições presidenciais da Bolívia neste domingo (19), encerrando duas décadas de governos de esquerda no país.
Paz conquistou 54,5% dos votos, contra 45,5% do rival conservador Jorge “Tuto” Quiroga, e assumirá a presidência em 8 de novembro.
Natural de Tarija, região produtora de gás no sul da Bolívia, o político de 58 anos iniciou sua trajetória pública como vereador, depois prefeito, deputado e, mais recentemente, senador. Ele é filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989-1993) e formou-se em Economia e Relações Internacionais pela American University, em Washington, nos Estados Unidos.
A vitória de Paz representa uma virada histórica no cenário político boliviano, governado quase sem interrupções desde 2006 pelo Movimento ao Socialismo (MAS), partido que teve forte apoio da maioria indígena do país.
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Com uma plataforma de centro moderado, Paz promete manter programas sociais e, ao mesmo tempo, estimular o crescimento econômico liderado pelo setor privado. Essa proposta parece ter atraído parte do eleitorado de esquerda que se mostrou insatisfeito com o MAS, fundado por Evo Morales, mas também resistente às políticas de austeridade sugeridas por Quiroga.
Tanto Paz quanto Quiroga defenderam, durante a campanha, o fortalecimento das relações diplomáticas com os Estados Unidos — rompidas em 2009 — e a busca de apoio financeiro de Washington para estabilizar a economia boliviana, que passa por uma grave crise econômica.
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Um dos fatores decisivos para o bom desempenho do político foi a escolha do vice Edman Lara, ex-policial e personalidade popular nas redes sociais.
Conhecido por vídeos no TikTok denunciando corrupção, Lara ganhou destaque por sua aproximação com eleitores da classe trabalhadora. Ele foi escolhido de última hora, após a desistência do candidato original à vice-presidência.