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Reitor de universidade do Texas é demitido por tolerar 'doutrinação transgênero'

Polêmica girou em torno de um vídeo publicado por um deputado estadual republicano que mostrava o diálogo entre uma aluna e uma professora

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Reitor da Universidade Texas A&M, Mark Welsh, posa com alunos | Foto: Reprodução/Instagram/@tamu_pres - 25.08.2025
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O reitor da Universidade Texas A&M, Mark Welsh, foi demitido nesta sexta-feira (19), acusado de tolerar uma "doutrinação transgênero". A polêmica girou em torno de um vídeo publicado no início deste mês, no X (antigo Twitter), pelo deputado estadual republicano Brian Harrison. As informações são da rede de notícias CBS News.

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No vídeo, que Harrison afirma ter recebido de um denunciante, uma aluna da universidade e uma professora discutem durante uma aula que supostamente tratava de literatura transgênera. A estudante diz que, segundo o presidente Donald Trump, "existem apenas dois gêneros", aludindo ao decreto assinado em seu primeiro dia de mandato, e que o conteúdo apresentado ia contra suas "crenças religiosas".

A professora então responde, afirmando que respeitava o direito da aluna de permanecer fiel à sua religião, mas que ela estava "equivocada" ao pensar que o conteúdo apresentado era ilegal. Então, convidou a estudante a se retirar caso estivesse desconfortável, o que ela fez. No post de Harrison, ele ressalta que a aluna foi "excluída da aula após se opor à doutrinação transgênero".

Após o episódio, a aluna procurou Walsh e pediu a demissão da professora, mas o reitor se opôs à medida. "Isso não vai acontecer", respondeu. A estudante gravou a conversa e o material chegou nas mãos de Harrison, que foi ao X pedir a demissão do presidente. Ele chegou a escrever uma carta ao governador do Texas, Greg Abott, que defendeu a demissão.

Em meio à crescente pressão política, Welsh anunciou, em 9 de setembro, a decisão de demitir a professora, mas a crise já havia sido instalada a essa altura. Em comunicado, a universidade agradeceu as contribuições de Walsh, que ficou por dois anos no cargo, e afirmou que agora era o momento de "promover uma mudança e posicionar a Texas A&M para uma excelência contínua nos próximos anos."

A demissão da professora gerou críticas de defensores da educação. Em comunicado, Jonathan Friedman, da PEN America, um grupo de defesa da alfabetização, disse que o país estava "testemunhando a morte da liberdade acadêmica no Texas". Para ele, "demitir líderes acadêmicos para apaziguar políticos é excessivo e sufoca a liberdade de expressão e a abertura à investigação nos campi."

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