Quem são os seis opositores de Maduro na embaixada Argentina, sob custódia do Brasil?
Governo de Nicolás Maduro cercou os opositores, cortou a energia e revogou a autorização brasileira para cuidar do local em Caracas
No sábado (7), a Venezuela revogou a autorização do Brasil para proteger a embaixada argentina em Caracas, onde estão abrigados seis opositores procurados pelo regime de Nicolás Maduro.
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Desde o dia 1º de agosto, o Brasil assumiu a responsabilidade pela estrutura argentina, dois dias após o governo venezuelano expulsar diplomatas argentinos e de outros seis países por não reconhecerem a vitória de Maduro nas eleições de julho.
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O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) não divulgou as atas de votação sob alegação de que foi alvo de um ataque de hackers. Após o anúncio dos resultados, vários protestos tomaram o país, o que deixou o saldo de 27 mortos, 192 feridos e 2.400 presos.
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Os opositores estão no local desde o final de março, quando o governo emitiu uma ordem de prisão, sob acusação de tentar desestabilizar a Venezuela. O local está sob cerco desde a noite de sexta (6).
Todos faziam parte da equipe de María Corina Machado
Os asilados eram integrantes da equipe de campanha de María Corina Machado, principal líder de oposição, que foi impedida de concorrer na eleição de julho, pela comissão eleitoral venezuelana.
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O Itamaraty recebeu a comunicação oficial do governo de Maduro sobre a revogação "com surpresa", mas disse que o Brasil seguirá representando os interesses da Argentina na Venezuela.
"Não pode haver revogação unilateral da custódia", disse o Ministério das Relações Exteriores brasileiro.
O SBT News traz o perfil dos asilados, que estão cercados no prédio da representação argentina. Confira abaixo:
1. Magaly Meda, chefe de campanha de María Corina Machado
Também é gerente de planejamento estratégico do partido Vente Venezuela desde 2010, diretora criativa, professora de design digital e especialista em comunicação visual. Foi chefe de campanha de María Corina Machado.
Foi responsável por coordenar projetos de comunicação da aliança de oposição a Maduro, Soy Venezuela, entre 2017 e 2018.
Apresenta um mandado de prisão por suposto planejamento de “ações desestabilizadoras”, emitido um dia antes do início do processo de candidatura às eleições de 28 de julho.
2. Fernando Martínez Mottola, ex-ministro dos Transportes e ex-assessor de María Corina Machado
Durante a presidência de Carlos Andréz Pérez, foi ministro dos Transportes na Venezuela. Ele também é engenheiro elétrico e especialista em telecomunicações.
Foi também um dos principais assessores de Juan Guaidó, em 2019, quando o opositor se autoproclamou presidente da Venezuela. Foi representante numa negociação entre o governo e a oposição na Noruega.
3. Humberto Villalobos, coordenador eleitoral da Vente Venezuela
Foi diretor da ONG especializada em fiscalização eleitoral ESDATA.
4. Claudia Macero, jornalista e coordenadora de comunicação do Vente Venezuela
Jornalista e cantora, foi coordenadora de comunicação da campanha de María Corina Machado.
Foi editora-chefe do jornal El Nuevo País e locutora da Rádio Caracas. Ela tem acusações de crimes de traição, formação de quadrilha, legitimação e associação para a prática de crime.
5. Omar González Machado, ex-deputado e membro da direção do Vente Venezuela
Jornalista, professor e escritor, Machado foi deputado na Assembleia Nacional da Venezuela, eleito pela Mesa da Unidade Democrática (MUD), coalizão que reúne 20 partidos de oposição ao governo de Maduro.
6. Pedro Urruchurtu, ativista político e coordenador de assuntos internacionais da Vente Venezuela
Foi assessor de assuntos internacionais da campanha de María Corina Machado. Substituiu a líder opositora na disputa eleitoral, após María Corina ser barrada pelo conselho eleitoral.
Membro do Conselho de Administração da Rede Liberal da América Latina para o período 2022-2024, onde coordena o grupo de partidos políticos.
Foi vice-presidente da organização entre 2020 e 2022. Entre 2016 e 2021, foi coordenador nacional de formação de quadros do Vente Venezuela, partido fundado pela líder opositora.
Urruchurtu foi acusado pelo regime de Maduro por ter sido financiado pela empresa de petróleo dos EUA ExxonMobil, após o governo anunciar a anexação de Essequibo em 2023, um território rico em petróleo pertencente à Guiana.