Quem é Ryan Routh, suspeito de tentar assassinar Trump
Homem de 58 anos escreveu livro incentivando o Irã a assassinar ex-presidente, mas também já foi seu apoiador
Ryan Routh, de 58 anos, foi preso pela polícia na Flórida, após ser supostamente flagrado com um rifle em um campo de golfe onde o ex-presidente Donald Trump estava jogando, neste domingo (15).
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Segundo autoridades, Ryan estava com um rifle estilo AK-47, em uma aparente tentativa de assassinato frustrada pelo Serviço Secreto dos EUA.
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O FBI comunicou que “está investigando o que parece ser uma tentativa de assassinato” contra o candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos.
Já o governador da Flórida (EUA), Ron DeSantis, informou que o estado irá conduzir uma investigação própria sobre o suposto atentado contra Trump.
A Casa Branca disse que, após o incidente se tornar público, o presidente Joe Biden e a vice-presidente Kamala Harris, opositora de Trump na corrida eleitoral, estão “aliviados em saber” que o republicano não foi ferido e está em segurança.
Trump foi alvo de um atentado no dia 13 de julho deste ano, durante um comício na Pensilvânia. Na ocasião, ele foi ferido na orelha por disparos e teve que sair às pressas do local.
Ryan pediu ao Irã para assassinar Trump
Ele se apresenta como um homem engajado em causas variadas, desde a construção de moradias para pessoas em situação de rua no Havaí até o recrutamento de combatentes para a Ucrânia, além de expressar suas opiniões polarizadas sobre Donald Trump. Em um livro aparentemente autopublicado em 2023, intitulado "Ukraine's Unwinnable War" (A guerra invencível da Ucrânia, na tradução livre) Routh criticou Trump, descrevendo-o como um “tolo” e um “palhaço” em relação aos eventos de 6 de janeiro de 2021 e à sua decisão de abandonar o acordo nuclear com o Irã. Ele também chegou a incentivar o Irã a assassinar Trump, afirmando que estava “livre para assassinar Trump”.
Já foi apoiador de Trump e Bernie Sanders
Através de suas mais de 500 postagens no X (anteriormente Twitter), Routh demonstrou uma gama de opiniões políticas, apoiando figuras como Bernie Sanders, Tulsi Gabbard e Nikki Haley, além de Trump. Em 2012, ele se registrou como eleitor não filiado na Carolina do Norte e, mais recentemente, participou das primárias democratas em março. Desde 2019, Routh fez pequenas doações totalizando US$ 140 para o ActBlue, um comitê que apoia candidatos democratas.
Após o assassinato de George Floyd em junho de 2020, Routh sugeriu que Trump poderia garantir a reeleição com uma ordem executiva para processar a má conduta policial. Contudo, suas postagens recentes mostram uma mudança de opinião, com apoio a Joe Biden e Kamala Harris. Em julho, após uma tentativa de assassinato de Trump em um comício na Pensilvânia, Routh pediu que Biden e Harris comparecessem ao funeral do bombeiro morto no tiroteio, criticando Trump por não mostrar compaixão.
Arrecadou fundos para apoiar a Ucrânia na guerra
Routh também esteve ativamente envolvido na promoção de apoio à Ucrânia, usando seu site para arrecadar fundos e recrutar voluntários para a luta contra a Rússia. Em suas postagens e vídeos, ele expressava forte apoio à causa ucraniana, incluindo uma manifestação em Kiev e apelos para a criação de uma canção de tributo à Ucrânia.
Apesar de seu aparente engajamento, Routh nunca serviu nas forças armadas ucranianas. Ele frequentemente contatava a Legião Internacional da Ucrânia com propostas que foram descritas como “delirantes”. Em vídeos e postagens, ele também tentou recrutar para a causa ucraniana e pediu ajuda a celebridades como Bruno Mars e Dennis Rodman para aliviar tensões internacionais.
Vizinho ficou surpreso com acusações: "pessoa reservada e respeitosa"
Routh tem um histórico criminal significativo, incluindo uma condenação em 2002 por posse de uma metralhadora e outras infrações relacionadas a armas e trânsito. Após se mudar para Kaaawa, Havaí, em 2018, ele abriu um negócio de construção de pequenos galpões de madeira para ajudar a combater a falta de moradia.
No domingo, sua casa em Kaaawa, uma residência azul decorada com recortes de madeira, estava fechada e uma caminhonete com adesivo Biden-Harris estava na garagem. O vizinho Christopher Tam descreveu Routh como uma pessoa reservada e respeitosa, expressando surpresa com as acusações.
*Com informações da Associated Press