Queda de Bashar al-Assad marca fim de comando familiar de cinco décadas na Síria
Hafez al-Assad, pai do então presidente, assumiu o país após um golpe de Estado
Derick Toda
Na manhã deste domingo (8), militantes realizaram um pronunciamento televisionado anunciando a deposição do presidente da Síria Bashar-al Assad. Segundo a agência de notícias Associated Press, o ditador sírio fugiu do país, mas ainda não há informações sobre o local de refúgio.
A queda do governo ocorreu após protestos em massa chegarem na capital Damasco e marca o fim de um regime comandado pela família Assad por meio século.
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Bashar-al Assad assumiu a presidência do país aos 34 anos, em 2000, após a morte do pai e então presidente Hafez al-Assad, que chegou ao comando com um golpe de estado, em 1971.
O filho, formado em medicina, era visto como uma figura de esperança que reformaria a nação após o comando de Hafez por quase três décadas, conhecido como punho de ferro.
Quando Bashar sofreu uma série de protestos em março de 2011, durante a Primavera Árabe, ele recorreu a táticas de violência contra a oposição. Uma guerra civil foi declarada oficialmente. Como resposta, o presidente liberou o exército para controlar as cidades com presença da oposição.
Grupos de direitos internacionais apontam o uso generalizado da tortura e execuções sumárias, principalmente nos presídios da Síria. A estimativa é que a guerra matou quase meio milhão de pessoas e deslocou do país 23 milhões de civis, o equivalente a quase metade da população.
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A disputa política mudou no final de novembro deste ano com avanços de militantes nas ruas do país até a capital Damasco.
O primeiro-ministro sírio, Mohammed Ghazi, disse que o governo estava pronto para ceder à oposição e entregar as funções para um administração de transição.