Putin recebe enviado de Trump em meio a pressão dos EUA: "conversa útil e construtiva'
Prazo estipulado pelo presidente dos EUA para o fim da guerra na Ucrânia termina na sexta-feira (8)

SBT News
com informações da Reuters
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, mantiveram conversas 'úteis e construtivas' no encontro que tiveram nesta quarta-feira (6), no Kremlin, para discutir o prazo estipulado por Donald Trump para o fim do conflito na Ucrânia, que termina na sexta (8).
Witkoff se reuniu com Putin por cerca de três horas em uma missão de última hora para buscar um avanço que ponha fim na guerra de três anos e meio.
+ Sérgio Utsch: Brasil espera "punição" dos EUA por comprar óleo diesel da Rússia
O assessor de política externa do Kremlin Yuri Ushakov disse que os dois lados trocaram "sinais" sobre a questão da Ucrânia e discutiram a possibilidade de desenvolver uma cooperação estratégica entre Moscou e Washington, mas se recusou a dar mais detalhes até que Witkoff tenha se comunicado com Trump.
+ Rússia bombardeia estação de gás na Ucrânia usada para importar GNL dos EUA e do Azerbaijão
O enviado de investimentos russo Kirill Dmitriev, que antes cumprimentou Witkoff na chegada e passeou com ele em um parque próximo ao Kremlin, publicou nas mídias sociais: "O diálogo prevalecerá". Não houve comentário imediato por parte dos EUA.
Sanções de Trump
Cada vez mais frustrado com Putin pela falta de progresso em direção à paz, Trump ameaçou impor tarifas pesadas aos países que compram exportações russas.
Ele está exercendo pressão especial sobre a Índia, que, juntamente com a China, é um grande comprador de petróleo russo. O Kremlin afirma que as ameaças de penalizar os países que comercializam com a Rússia são ilegais.
Não ficou claro o que a Rússia poderia oferecer a Witkoff para evitar a ameaça de Trump.
+ Pacote para afetados por tarifas dos EUA incluirá crédito e compras governamentais, diz Haddad
A Bloomberg e a agência de notícias independente russa The Bell informaram que o Kremlin poderia propor uma moratória sobre os ataques aéreos da Rússia e da Ucrânia -- uma ideia que foi mencionada na semana passada pelo presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, durante uma reunião com Putin.
Tal medida, se acordada, ficaria muito aquém do cessar-fogo total e imediato que a Ucrânia e os EUA vêm buscando há meses. Mas ofereceria algum alívio para ambos os lados.
+ Novo ataque a posto de ajuda em Gaza deixa palestinos feridos; número de mortos chega a 61 mil
Desde que os dois lados retomaram as negociações diretas de paz em maio, a Rússia realizou seus ataques aéreos mais pesados da guerra, matando pelo menos 72 pessoas somente na capital Kiev. Na semana passada, Trump chamou os ataques russos de "repugnantes".