Procuradores republicanos pedem que governo Trump boicote a COP-30 no Brasil
17 representantes do judiciário norte-americano de estados como Texas, Flórida e Alabama assinam carta enviada a agências da Casa Branca


Marcela Guimarães
Vicklin Moraes
Dezessete procuradores-gerais republicanos pediram nesta sexta-feira (24) ao governo de Donald Trump que boicote a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30), marcada para novembro, em Belém do Pará.
Em uma carta enviada a integrantes do gabinete presidencial, os procuradores afirmam que a presença dos Estados Unidos na conferência “validaria políticas ambientais agressivas e contrárias aos objetivos da administração Trump”.
Desde que retornou a Casa Branca, o governo Trump tem se posicionado contra políticas de energias renováveis publicamente. Assim que assumiu o mandato, o republicano revogou políticas ambientais de Joe Biden, como a saída do país do Acordo de Paris, pacto para combater o aquecimento global. Além de uma série de revogações de regulamentações que limitavam as emissões de gases de efeito estufa para usinas de energia e uma reformulação na Agência de Proteção Ambiental do país, (EPA, na sigla em inglês).
"Agora, mais do que nunca, os Estados Unidos precisam se posicionar firmemente contra as políticas anti carvão, antigás e anti petróleo que a COP promove — políticas impulsionadas por atores adversos e apoiadas por uma teoria climática frequentemente contestada. Se os Estados Unidos participarem da COP-30, isso servirá apenas para legitimar essa ciência e políticas infundadas", afirma trecho do texto de autoria do procurador da Virgínia Ocidental, JB McCuskey.
A carta foi enviada para o Secretário do Departamento do Interior, Doug Burgum, o Secretário do Departamento de Energia, Christopher A. Wright, e Lee Zeldin, Chefe da Agência de Proteção Ambiental e assinada por procuradores de outros 16 estados: Alabama, Arkansas, Flórida, Geórgia, Idaho, Iowa, Kansas, Louisiana, Missouri, Montana, Nebraska, Oklahoma, Carolina do Sul, Dakota do Sul, Texas e Wyoming.
"Os Estados Unidos estão prontos para liderar o desenvolvimento da inteligência artificial — mas precisamos de geração de energia consistente e econômica para continuar a expandir rapidamente data centers e outras instalações com foco em tecnologia. Carvão, gás natural e petróleo podem resolver essa crise; eles há muito tempo apoiam a prosperidade e a segurança americanas, fornecendo geração de energia acessível, segura e confiável", afirmam os representantes em documento.
Os procuradores argumentam que políticas como "emissões líquidas zero" têm consequências graves e contradizem as metas do governo Trump. Eles citam que países dependentes de energia eólica e solar enfrentam eletricidade mais cara e menos confiável. A carta ainda destaca riscos de segurança nacional, já que a China domina o mercado de energia verde, especialmente minerais críticos para painéis solares. "A energia renovável exige que os Estados Unidos se envolvam ainda mais com interesses hostis", afirmam.
Na carta, o procurador-geral McCuskey reforça ainda que "ficar fora da COP-30 envia uma mensagem forte de que a América não fará mais parte do esquema verde".
Encontro de Lula com Trump
Neste domingo (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontra com Trump na Malásia, é o primeiro encontro presencial entre os líderes desde que o republicano retornou ao poder. Nesta sexta-feira(24), as vésperas do encontro, o petista afirmou estar otimista para o encontro, além de reforçar não participaria da reunião se não acreditasse ser possível chegar a um acordo. O petista também enviou uma carta convidando Trump para participar da COP 30, conferência do clima que acontece no Brasil.
O encontro entre os líderes políticos acontece em meio a uma tensão política entre Brasília e Washington desde que Trump anunciou tarifas de 50% sobre importações brasileiras. Umas das justifica para a sanção foi a chamada "caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por tentativa de golpe de Estado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O governo Trump tem feito reiteradas críticas sobre a atuação da Corte, além de revogar vistos de Alexandre de Moraes e de mais sete ministros.









