Presidente do Irã morto em queda de helicóptero será enterrado nesta quinta-feira (23)
Corpo de Ebrahim Raisi vem sendo velado desde o início da semana; enterro será na cidade de Mashhad
O corpo do presidente do Irã Ebrahim Raisi, vítima de uma queda de helicóptero, será enterrado nesta quinta-feira (23), na cidade de Mashhad. O corpo do político está sendo velado desde terça-feira (21) e já passou pelas cidades de Tabriz, Qom e Teerã.
Raisi viajava de helicóptero na província do Azerbaijão Oriental na tarde de domingo (19). A queda ocorreu por volta das 13h (horário local), em uma região de difícil acesso, com montanhas, florestas e intensa neblina. As operações de busca levaram à localização da aeronave e do local do acidente, confirmando a morte do presidente iraniano.
Além de Raisi, o helicóptero transportava o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, o governador da província iraniana do Azerbaijão Oriental, Malek Rahmati, o líder religioso Hojjatoleslam Al Hashem e o major-general Seyed Mehdi Mousavi, chefe da equipe de segurança. Um piloto, um copiloto e um técnico também estavam a bordo.
Segundo o Ministério de Relações Exteriores iraniano, o acidente ocorreu devido a condições climáticas adversas. A imprensa local, por sua vez, atribuiu a queda a uma “falha técnica” do helicóptero, um Bell 212. As investigações estão em andamento.
Líderes e autoridades mundiais lamentaram a morte de Raisi. Entre eles estão o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, o presidente dos Emirados Árabes, Mohammed bin Zayed Al Nahyan, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Grupos extremistas financiados pelo Irã também se pronunciaram, como o Hamas e o Hezbollah.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou cinco dias de luto oficial pela morte de Raisi. O mesmo foi feito pelos governos do Líbano e do Paquistão, que emitiram, respectivamente, três dias e um dia de luto nacional pela perda do político.
Governo de Ebrahim Raisi
Ebrahim Raisi, de 63 anos, estava no comando do país desde 2021. Dono de uma política ultraconservadora, ele sucedeu o moderado Hassan Rouhani – que o havia derrotado nas eleições presidenciais de 2017 –, com uma campanha de combate à corrupção, promoção da justiça social e resistência às sanções dos Estados Unidos.
Raisi vinha enfrentando um governo conturbado desde 2022 devido à morte de Mahsa Amini, que foi presa por usar o hijab – véu obrigatório no país – incorretamente, isto é, deixando partes do cabelo à mostra. A jovem morreu três dias após ser detida, por possível espancamento, o que gerou uma onda violenta de protestos por todo o país.
Na ocasião, Raisi afirmou que o Irã deveria "lidar de forma decisiva" com aqueles que se opunham à segurança e tranquilidade do país. Ao todo, mais de 500 manifestantes foram mortos durante os protestos, enquanto outros milhares foram presos. Ao menos dois jovens foram executados pelo governo por participar dos atos.
O que acontece agora?
Com a morte de Raisi, Khamenei nomeou o primeiro vice-presidente, Mohammad Mokhber, como presidente interino. Um conselho composto por ele, pelo presidente do Parlamento e pelo chefe do Judiciário já foi formado para organizar uma nova eleição presidencial no país. A data estipulada foi 28 de julho.