Irã tem quinto dia de protestos contra morte de Mahsa Amini
Jovem de 22 anos foi presa por não seguir o código de vestimenta da República Islâmica
Novas manifestações contra a morte de Mahsa Amini foram registradas, na madrugada desta 4ª feira (21.set), em cidades do Irã. De acordo com as forças de segurança, os protestos se concentraram, sobretudo, nos centros dos municípios de Teerã e Mashhad, onde centenas de pessoas gritaram contra as autoridades e exigiram explicações.
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As ações, registradas pelo quinto dia, acontecem depois que Mahsa Amini, de 22 anos, foi presa pela chamada Polícia da Moralidade por usar o hijab - véu - incorretamente, deixando partes do cabelo à mostra. A jovem, natural da região do Curdistão, estava visitando a família na capital, Teerã, quando foi detida.
Após a prisão, Mahsa entrou em coma em uma delegacia e foi internada por três dias em um hospital da região. Ela, no entanto, não resistiu e morreu na última 6ª feira (16.set). Apesar da polícia afirmar que o óbito foi causado por um "ataque cardíaco repentino", a família da jovem acredita que a jovem foi torturada.
A onda de protestos gerou aumento da repressão, resultando em diversas prisões e cinco mortes. Na 3ª feira (20.set), a Organização das Nações Unidas (ONU) condenou a reação violenta das forças de segurança e cobrou uma investigação rápida e imparcial sobre as alegações de tortura e maus-tratos, feitas pela família de Mahsa.
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O cenário foi mal visto pelas autoridades iranianas, que classificaram o aumento das manifestações como "posições intervencionistas estrangeiras". "É lamentável que alguns países se aproveitem de um incidente para se colocarem contra o governo e o povo iranianos", escreveu o Ministério dos Negócios Estrangeiros.