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Polícia de Hong Kong prende 3 trabalhadores de construtora por incêndio em complexo residencial

Investigadores apontaram negligência nas obras de manutenção dos prédios, que abrigavam 4,8 mil pessoas

Imagem da noticia Polícia de Hong Kong prende 3 trabalhadores de construtora por incêndio em complexo residencial
Incêndio devastou complexo residencial no distrito de Tai Po | Reuters
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A polícia de Hong Kong prendeu, nesta quinta-feira (27), três trabalhadores de uma construtora pelo incêndio no complexo residencial Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po. As chamas começaram na manhã de quarta-feira (26) e já resultaram na morte de 44 pessoas, incluindo um bombeiro. Cerca de 280 pessoas seguem desaparecidas.

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A causa do incêndio ainda não foi identificada. A polícia acredita, contudo, que a construtora responsável pela manutenção do complexo, composto por 2 mil apartamentos distribuídos em oito torres de 32 andares, tenha sido negligente em relação aos trabalhos. Isso porque os funcionários utilizaram andaimes de bambu, malha de construção verde e materiais de espuma, o que teria propagado o fogo.

"Temos motivos para acreditar que as partes responsáveis pela empresa foram gravemente negligentes, o que levou a este acidente e fez com que o incêndio se espalhasse descontroladamente, resultando em grandes vítimas", disse Eileen Chung, superintendente da polícia de Hong Kong. Segundo ela, os presos tratam-se de dois diretores e um consultor de engenharia da construtora, suspeitos de homicídio culposo.

O fogo ainda não foi extinto, com partes do prédio ainda em chamas. Além de conter as chamas, os bombeiros trabalham para chegar aos andares superiores das instalações, onde acreditam que moradores estejam presos. A queda de destroços e o calor extremo, no entanto, dificultam as operações.

Ao todo, o complexo abriga 4,8 mil pessoas. Conforme as autoridades, alguns moradores conseguiram fugir logo no início das chamas, mas muitos não ouviram o alarme de incêndio, já que estavam com as janelas fechadas por conta da manutenção do prédio. Por enquanto, cerca de 900 pessoas foram encaminhadas para abrigos temporários.

Pelas redes sociais, o Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, disse que instalou um Centro de Monitoramento e Apoio de Emergência para acompanhar o caso.

“Instruí o Departamento de Segurança e do Corpo de Bombeiros a fazerem o máximo possível no combate ao incêndio, resgate e atendimento médico. O Departamento de Assuntos Internos e o Departamento de Assistência Social estabeleceram postos de atendimento no local e providenciaram abrigos temporários para as pessoas afetadas, além de oferecer assistência e apoio psicológico às famílias dos falecidos e dos feridos”, disse.

Extinção do bambu

Hong Kong é um dos últimos lugares no mundo onde o bambu é amplamente utilizado na construção, por ser um material mais leve e barato do que alternativas metálicas. No entanto, em março deste ano, o governo anunciou que começaria a eliminar gradualmente o uso de bambu por questões de segurança, substituindo-o por estruturas de aço.

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