Parlamento do Irã aprova a suspensão da cooperação com órgão de vigilância nuclear da ONU
Aprovação ocorreu no dia seguinte ao cessar-fogo; Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) inspeciona programas nucleares ao redor do mundo

Marcos Marinho
O parlamento do Irã aprovou, de forma unânime, nesta quarta-feira (25), uma proposta que suspende a cooperação do país com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), organismo vinculado ao sistema das Nações Unidas com competência de inspecionar programas nucleares por todo o mundo.
A decisão acontece após os ataques realizados pelos Estados Unidos no último sábado (21) contra três instalações nucleares do país, geraram um debate caloroso no parlamento do país persa.
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O texto do projeto de lei trata a ofensiva norte-americana e de Israel, como uma clara violação da soberania nacional e da integridade territorial do Irã. Teerã há muito tempo acusa a AIEA de parcialidade e de trabalhar com potências ocidentais e Israel contra o Irã.
De forma resumida, caso o projeto do parlamento iraniano seja aprovado, a suspensão significaria a interrupção das atividades de inspeções, relatórios e supervisões do Tratado de Não Proliferação Nuclear.
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O projeto precisa agora apenas da sanção do Conselho Supremo de Segurança Nacional, ou do Líder Supremo iraniano, o Aiatolá Ali Khamenei.
A Organização de Energia Atômica do Irã disse ainda que suspenderá sua cooperação com a agência até que a segurança das instalações nucleares seja garantida, e o programa nuclear pacífico do Irã avance em um ritmo mais rápido.
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Cessar-fogo
O cessar-fogo negociado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, entre Irã e Israel continua em vigor nesta quarta-feira (25). Ao que parece, Washington espera um acordo de paz longo e duradouro com o país persa.
A guerra entre Israel e Irã começou na sexta-feira (13) após uma série de bombardeios israelenses. Os ataques sionistas causaram centenas de mortes no Irã. Como resposta, Teerã também disparou mísseis em direção a Israel e causou 28 mortes.
*Com informações da Radio Free Europe/Radio Liberty