BRICS condena ataques ao Irã e defende paz no Oriente Médio
Em comunicado, bloco critica ações militares na região e reforça necessidade de zona livre de armas nucleares

Vicklin Moraes
O BRICS — bloco econômico formado economias como Brasil, Rússia, Índia e China — divulgou nesta terça-feira (24) um comunicado em que defende a "necessidade urgente de romper o ciclo de violência e restaurar a paz" no Oriente Médio. Sem mencionar diretamente Israel ou Estados Unidos, o grupo condenou os ataques militares ao Irã, que também é membro do bloco, afirmando que tais ações violam o direito internacional e a Carta das Nações Unidas.
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No texto, os países também pedem a criação de uma zona livre de armas nucleares e de destruição em massa na região, seguindo as resoluções internacionais.
"Expressamos profunda preocupação em relação a quaisquer ataques contra instalações nucleares de natureza pacífica realizados em violação ao direito internacional e às resoluções pertinentes da Agência Internacional de Energia Atômica", afirmou o BRICS em comunicado.
O pronunciamento do bloco econômico acontece horas após o Irã e Israel declararem fim da guerra após 12 dias de confrontos. Em mensagem à nação, o presidente iraniano Masoud Pezeshkian afirmou que Israel sofreu uma “punição severa e histórica”. Em resposta, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou que a ofensiva contra o Irã levou o programa nuclear do país “à ruína”.
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Antes de publicarem uma nota em conjunto, os países do BRICS já haviam se pronunciado separado. O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, condenou os ataques israelenses ao Irã em 13 de junho, classificando a ação como uma “clara violação da soberania” e do direito internacional.
A China, representada por seu embaixador na ONU, Fu Cong, pediu proteção aos civis e a retomada do diálogo durante sessão no Conselho de Segurança da ONU.
A Rússia, por sua vez, criticou duramente os ataques por meio do presidente Vladimir Putin, que classificou a ofensiva de EUA e Israel como “ato de agressão totalmente sem provocação e sem justificativa legal” em reunião com o chanceler iraniano Abbas Araghchi, realizada em Moscou nesta segunda-feira (23).