Irã executa 3 prisioneiros acusados de espionagem e colaboração com Israel
Enforcamentos aconteceram um dia após o país declarar o fim do confronto com Tel Aviv

Camila Stucaluc
O Irã executou mais três prisioneiros por suposta espionagem e colaboração com Israel. Segundo a agência estatal Irna, os enforcamentos foram realizados na manhã desta quarta-feira (25), um dia após o país aceitar a proposta de cessar-fogo dos Estados Unidos e declarar o fim do confronto com Tel Aviv.
Os prisioneiros executados foram identificados como Azad Shojaei, Edris Aali e o iraquiano Rasoul Ahmad Rasoul. Além de espionagem, o trio, que estava detido na prisão de Urmia, na província iraniana do Azerbaijão Ocidental, foi acusado de levar “equipamento de assassinato” para o Irã.
Na última semana, a Anistia Internacional alertou para a possível execução de Azad, Edris e Rasoul, dentre outros prisioneiros. No comunicado, o grupo afirmou que o judiciário iraniano havia acelerado os julgamentos dos acusados devido à escalada do conflito entre Israel e Irã – em 13 de julho –, como forma de punir Tel Aviv.
"Julgamentos acelerados e execuções por suposta colaboração com Israel mostram como as autoridades usam a pena de morte como arma para afirmar o controle e incutir medo entre o povo do Irã. As autoridades devem garantir que os detidos tenham julgamentos justos, inclusive durante conflitos armados", disse Hussein Baoumi, vice-diretor regional para o Oriente Médio e Norte da África da Anistia Internacional.
Cessar-fogo
O Irã declarou oficialmente o fim do conflito com Israel na tarde de terça-feira (24), após 12 dias de ataques. Os países entraram em confronto depois de Tel Aviv bombardear instalações nucleares iranianas, acusando Teerã de manter um programa secreto para desenvolver armas nucleares.
Em pronunciamento transmitido à nação, o presidente iraniano Masoud Pezeshkian afirmou que Israel recebeu uma "punição severa e histórica". A declaração aconteceu poucas horas depois da entrada em vigor de um cessar-fogo mediado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
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Ao todo, o governo iraniano estima que 606 pessoas foram mortas e outras 5.332 ficaram feridas durante o confronto. Do lado israelense, segundo dados do Human Rights Activists, os óbitos chegaram a 28, enquanto o número de feridos ultrapassou os 1.000. O governo falou em centenas de mortos.