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Papa Leão XIV diz não poder usar 'genocídio' para definir situação em Gaza

Segundo o pontífice, há uma 'definição muito técnica' do que seria o termo, apesar de ser usado cada vez mais

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Crianças palestinas buscam comida no norte da Faixa de Gaza | Reuters/Mahmoud Issa
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O papa Leão XIV afirmou não ser possível afirmar que Israel está cometendo um genocídio na Faixa de Gaza, território palestino alvo de bombardeios israelenses desde 7 de outubro de 2023. A declaração foi dada durante entrevista concedida em julho, como parte do livro Leão XIV: cidadão do mundo, missionário do século XXI, e publicada nesta quinta-feira (18).

"O termo 'genocídio' está sendo usado cada vez mais. Oficialmente, a Santa Sé não acredita que possamos nos pronunciar sobre isso neste momento", disse Leão XIV em uma entrevista em inglês com a jornalista americana Elise Ann Allen. "Há uma definição muito técnica do que seria um genocídio, [embora] cada vez mais pessoas levantem essa questão."

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Apesar da cautela com o termo "genocídio", Leão XIV reconheceu, durante a entrevista, que é frustrante ver como até mesmo os Estados Unidos não conseguem pressionar Israel para aliviar a crise humanitária em Gaza, "o que obviamente é motivo de grande preocupação". O papa destacou que "é horrível ver as imagens que vemos na televisão" e que o mundo precisa "continuar pressionando" por uma mudança.

Desde que foi anunciado papa, em maio deste ano, Leão XIV já condenou a situação em diversas ocasiões, inclusive nesta semana. Durante audiência geral semanal no Vaticano, na quarta-feira (17), ele expressou "profunda solidariedade" ao povo palestino em Gaza, "que continua a viver com medo e a sobreviver em condições inaceitáveis, forçado mais uma vez a deixar sua terra". A declaração veio um dia depois que Israel lançou um grande ataque terrestre à Cidade de Gaza, um dos maiores em dois anos de guerra.

Segundo o último balanço da guerra, divulgado pelo Ministério da Saúde palestino, o número de mortos em Gaza já beira 65 mil, das quais mais de 17 mil são crianças. Do total de vítimas, 428 morreram de fome, incluindo 146 crianças. No início de março, Israel impôs um bloqueio total à entrada de ajuda humanitária no enclave, deixando os moradores sem acesso a suprimentos básicos.

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