ONU diz em relatório "confidencial" que eleição na Venezuela não cumpriu requisitos para ser confiável
Relatório preliminar "confidencial" apontou falta de integridade e transparência durante processo eleitoral
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório preliminar "confidencial" sobre eleições da Venezuela. O documento, produzido por um painel eleitoral independente, alega que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país não cumpriu medidas básicas de transparência e integridade essenciais para o pleito ser confiável.
+ Moradores em situação de rua recebem droga metanfetamina no lugar de bala, na Nova Zelândia
Embora o relatório da ONU tenha elogiado a logística da votação, o texto também afirma que não foram atendidos outros regulamentos, disposições legais e requisitos dentro do prazo eleitoral. Essas informações foram divulgadas pela agência de notícias Associated France Press e pela Associated Press, nessa terça-feira (13).
O comitê que produziu o documento viajou para a Venezuela um mês antes da votação para acompanhar a corrida eleitoral. A análise é considerada confidencial porque seria entregue apenas para o secretário-geral da ONU, António Guterres, mas ela foi divulgada e enviada também ao CNE da Venezuela.
ONU
No mesmo dia, especialistas do alto comissariado da ONU para os direitos humanos expressaram preocupação com uso desproporcional da força e prisões arbitrárias pelo governo do presidente Nicolás Maduro. Desde 28 de julho, dia da eleição, mais de 1.200 pessoas foram detidas.
+ EUA vendem 20 bilhões em armas para Israel; caças f-15 e mísseis estão incluídos
Além disso, a atual gestão é acusada de incentivar o medo entre os próprios venezuelanos. Dados fornecidos para a ONU por meio do Procurador-Geral da República indicam que quase 2.300 pessoas foram classificadas como "terroristas".
Maduro foi proclamado vencedor com 52% dos votos para um terceiro mandato de 6 anos, mas a oposição denuncia o pleito como um golpe. Até o momento, protestos no país acabaram com 25 mortos e 192 feridos.
+ Primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, diz que deixará cargo e não concorrerá nas eleições
Outra avaliação
O Carter Center, organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos que monitora eleições e governos, afirmou que o pleito não poderia ser considerado democrático. Outros pontos da eleição também foram destacados pela instituição americana:
+ Registro de eleitores prejudicados;
+ Requisitios excessivos para votar no exterior;
+ Condições desiguais de competição entre candidatos;
+ Tentativa de restrição;
+ Falta de transparência.
+ Agressão e pressão para aborto: as acusações contra Alberto Fernández, ex-presidente da Argentina
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela criticou o Carter Center, acusando a organização de mentir e servir como ferramenta do imperialismo americano.