Número de mortos em incêndio em Hong Kong passa de 120
Fogo foi nesta manhã, após dois dias de operações; cerca de 200 pessoas seguem desaparecidas


Camila Stucaluc
Subiu para 128 o número de mortos em decorrência do incêndio que atingiu o complexo residencial Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po, em Hong Kong. A atualização foi feita nesta sexta-feira (28) pelo chefe de segurança Chris Tang, marcando o incêndio mais mortal na região desde 1948, quando 176 pessoas morreram em um armazém.
Segundo Tang, o incêndio foi extinto nesta manhã, após dois dias de operações ininterruptas. O Corpo de Bombeiros concluiu as operações de resgate, mas cerca de 200 pessoas seguem desaparecidas.
A causa do incêndio ainda não foi identificada. A polícia acredita, contudo, que a construtora responsável pela manutenção do complexo, composto por 2 mil apartamentos distribuídos em oito torres de 32 andares, tenha sido negligente em relação aos trabalhos. Isso porque os funcionários utilizaram andaimes de bambu, malha de construção verde e materiais de espuma, o que teria propagado o fogo.
"Temos motivos para acreditar que as partes responsáveis pela empresa foram gravemente negligentes, o que levou a este acidente e fez com que o incêndio se espalhasse descontroladamente, resultando em grandes vítimas", disse Eileen Chung, superintendente da polícia de Hong Kong. Ela informou que três pessoas foram presas, sendo dois diretores e um consultor de engenharia da construtora.
Ao todo, o complexo abriga 4,8 mil pessoas. Conforme as autoridades, alguns moradores conseguiram fugir logo no início das chamas, mas muitos não ouviram o alarme de incêndio, já que estavam com as janelas fechadas por conta da manutenção do prédio. Por enquanto, cerca de 900 pessoas foram encaminhadas para abrigos temporários.
"Nosso objetivo agora é garantir que a temperatura no prédio diminua e, uma vez que tudo seja considerado seguro, a polícia coletará provas e conduzirá uma investigação mais aprofundada", disse Tang. "Não descartamos a possibilidade de que mais corpos possam ser descobertos”, acrescentou.
Pelas redes sociais, o Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee Ka-chiu, disse que instalou um Centro de Monitoramento e Apoio de Emergência para acompanhar o caso. Além dos abrigos temporários, o governo disponibilizou assistentes sociais para prestar o apoio às famílias e afirmou que prepara o depósito de uma assistência financeira aos afetados.
“O governo apoiará integralmente as famílias de nossos colegas falecidos, bem como nossos colegas feridos e suas famílias, e fornecerá toda a assistência necessária”, disse John Lee Ka-chiu. “Também providenciamos imediatamente inspeções em todos os conjuntos habitacionais que passam por grandes reformas em Hong Kong para verificar a segurança dos andaimes e dos materiais de construção”, completou.









