Mais de 200 pessoas morrem no Irã e 13 em Israel após terceiro dia de bombardeios
Troca de ataques entre Irã e Israel se intensifica no Oriente Médio; líderes mundiais discutem escalada militar e risco de crise nuclear

SBT News
O fim deste domingo (15) marcou o terceiro dia consecutivo de trocas de ataques aéreos entre Israel e Irã, iniciadas por forças israelenses sob a justificativa de conter um possível avanço do programa nuclear iraniano.
Com uma chuva de mísseis atingindo diversas regiões do Irã, o Ministério da Saúde do país informou que, até o momento, 224 pessoas morreram e cerca de 1.200 ficaram feridas. Há relatos de desaparecidos na capital, Teerã.
Do lado israelense, apesar do forte sistema de defesa, os ataques iranianos atingiram algumas áreas. Moradores de Tel Aviv, Jerusalém e Haifa foram orientados a buscar abrigo. Até agora, 13 mortes foram confirmadas em território israelense, enquanto as autoridades seguem em busca de sobreviventes.
Neste domingo (15), o chefe de Inteligência da Guarda Revolucionária do Irã e outros dois oficiais da organização morreram.
Eles se juntam a outros oito militares de patente alta que também foram abatidos nos primeiros dias de conflito, além de outros dois cientistas nucleares, de acordo com a Guarda Revolucionária do Irã.
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Perspectivas do conflito
A União Europeia convocou para terça-feira (17) uma reunião de emergência com os ministros das Relações Exteriores dos 27 países do bloco, para debater o conflito.
Mesmo com tentativas de cessar-fogo, a região se prepara para um confronto prolongado após o bombardeio surpresa de Israel na sexta-feira (13), que atingiu instalações militares e nucleares no Irã.
Duas refinarias de petróleo foram danificadas, o que amplia os temores de uma crise na indústria energética global.
Israel, a única potência nuclear — ainda que não oficialmente reconhecida — do Oriente Médio, afirma que sua ofensiva visa impedir o Irã de fabricar armas atômicas.
O governo iraniano nega e diz que seu programa nuclear tem fins pacíficos. No entanto, agências de inteligência estimam que o Irã possa produzir armas nucleares em poucos meses, caso deseje.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou apoio total às ações de Israel e advertiu que o Irã poderá evitar uma destruição maior apenas se aceitar negociar um novo acordo nuclear.
Trump, no entanto, vetou um plano israelense para matar o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei. Segundo uma autoridade americana, Israel havia informado os EUA sobre o desenvolvimento de um plano considerado “confiável” para executar o ataque.
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Entenda a origem dos ataques
Os bombardeios começaram na sexta (13), após o fracasso das negociações nucleares entre Teerã e os Estados Unidos. Diante do impasse, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ordenou o primeiro ataque aéreo contra alvos iranianos, com o objetivo de conter o avanço do programa nuclear do país.
Israel voltou a acusar o Irã de desenvolver armas nucleares em instalações subterrâneas e alertou que Teerã está prestes a concluir seu primeiro artefato nuclear.
As ofensivas israelenses tiveram como alvo estruturas estratégicas, como a instalação de Natanz, um dos principais centros de enriquecimento de urânio do Irã.
Inicialmente, os EUA negaram envolvimento na ação israelense, mas depois reconheceram que a ofensiva foi um ato de autodefesa. Também confirmaram que sistemas de defesa americanos foram usados para interceptar mísseis iranianos.
Durante reunião de emergência na ONU, o enviado de Donald Trump afirmou que qualquer ataque a bases militares dos EUA resultará em retaliação ao Irã.
O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo iraniano, acusou Israel de iniciar uma guerra e afirmou: “A nação iraniana não permitirá que o sangue de seus mártires fique sem vingança, nem ignorará a violação de seu espaço aéreo.”
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