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Maduro diz, sem provas, que eleições não são auditadas no Brasil

Sob desconfiança de autoridades internacionais, eleição presidencial na Venezuela está marcada para domingo (28)

Maduro diz, sem provas, que eleições não são auditadas no Brasil
Urnas são auditadas e fiscalizadas antes, durante e após os pleitos brasileiros | Ricardo Stuckert/Planalto e TRE Paraná
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse, sem provas, que eleições brasileiras não são auditadas. "No Brasil, nem um único boletim de urna é auditado", afirmou a uma multidão nessa terça-feira (23), em comício. No entanto, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não só realiza auditorias constantes antes, durante e após pleitos, como possui uma secretaria independente para esse fim, a SAU.

+ Nicolás Maduro diz que se não vencer as eleições haverá “banho de sangue” na Venezuela

Maduro, no cargo desde 2013, reclamou de críticas e suspeitas sobre o processo eleitoral na Venezuela. Afirmou que o país tem o melhor sistema eleitoral "do mundo", com 16 processos auditáveis.

"Em que outra parte do mundo se faz isso?", questionou em evento. Além do Brasil, o venezuelano também criticou processos de apuração eleitoral nos Estados Unidos e na Colômbia, onde, de acordo com ele, os votos também não são auditados.

Maduro x Lula

As falas vêm após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dizer que ficou "assustado" com a declaração de Maduro sobre possível "banho de sangue" na Venezuela caso ele seja derrotado. Na ocasião, Lula disse que "quem perde as eleições toma um banho de voto". Sem citar o brasileiro, Maduro sugeriu: "Quem se assustou que tome um chá de camomila".

A eleição presidencial na Venezuela está marcada para domingo, 28 de julho. O TSE enviou dois observadores para acompanhar o pleito.

+ Brasil Agora: Maduro rebate Lula sobre "banho de sangue"

Lula e Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) ainda não se manifestaram oficialmente sobre ataques de Maduro ao sistema eleitoral brasileiro.

Urnas no Brasil são auditadas

O país conta com um forte sistema de segurança não somente na contagem dos votos, mas também no funcionamento das urnas eletrônicas. Simplificando, são dois tipos de processos: auditáveis, em que "o exame sistemático sobre o funcionamento de softwares (programa de computador) averigua se estão implementados de acordo com as normas legais e procedimentos, com o objetivo de aferir suas conformidades", como diz o TSE, e fiscalizados, que verificam se tudo está ocorrendo da forma prevista.

Eles abrangem o sistema operacional da urna, os transportadores de arquivos e os aplicativos de apoio que são utilizados nas auditorias.

A lei permite que partidos políticos (que podem contratar empresas de fiscalização), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ministério Público, Congresso Nacional, Controladoria-Geral da União (CGU), Polícia Federal (PF), Sociedade Brasileira de Computação, os conselhos de Engenharia e Agronomia, Nacional de Justiça (CNJ), o Tribunal de Contas da União (TCU), integrantes do Sistema S (Sesi, Senac, Sebrae e Senai), entidades privadas brasileiras sem fins lucrativos credenciadas e departamentos de tecnologia da informação de universidades participem do processo de fiscalização do sistema eleitoral.

Veja os principais processos:

+ Teste público de segurança: a sétima edição foi realizada em dezembro do ano passado pelo TSE. O processo realizado visa checar a integridade dos aparelhos que serão utilizados na votação para as eleições municipais, em outubro deste ano.

+ Teste de Integridade das Urnas Eletrônicas: no dia da eleição, os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), acompanhados por empresa de auditoria externa, verificam se os números digitados são os mesmo contabilizados no equipamento, simulando uma votação normal. Todo o processo é filmado e pode ser acompanhado por qualquer pessoa interessada no local de realização do teste. Vários TREs, por sinal, transmitem os Testes de Integridades ao vivo pelo YouTube;

+ Teste de Autenticidade dos Sistemas Eleitorais: averiguar o software presente no equipamento; também é realizado no dia de votação;

+ Boletim de urna: ao final do pleito, a urna imprime uma espécie de relatório e o sistema auxiliar emite um boletim. Esses dois documentos são comparados pela comissão de auditoria. Assim, é possível checar se de fato a urna funcionou normalmente e se os votos registrados estão corretos.

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