Lula vai se reunir com chanceler russo no Palácio da Alvorada
Compromisso foi incluído oficialmente na agenda do presidente nesta quinta-feira
O governo não confirmou quais temas serão tratados na reunião, mas o encontro ocorre próximo a marca de dois anos do início da guerra entre Rússia e Ucrânia e alguns dias após a morte de Alexei Navalny, opositor de Vladimir Putin, que estava preso no país.
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Ambos assuntos devem ser debatidos na reunião, além dos conflitos no Oriente Médio entre Israel e o Hamas. Lula também deve falar sobre a governança e equilíbrio de forças dos países que compõem o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU)
Além disso, nesta quarta-feira (21), Lula se reuniu com o secretário, Antony Blinken, chefe da diplomacia dos EUA, no Palácio do Planalto. Antigos rivais, EUA e Rússia vêm entrando em atritos sob o contexto da guerra da Ucrânia e a morte de Navalny. O presidente americano, Joe Biden, responsabiliza Putin e o governo russo pela morte do opositor.
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Desde que tomou posse, Lula tem defendido a formação de uma espécie de “clube da paz”, com a presença de Estados Unidos, China, Índia, Turquia e União Europeia para articular as ações de paz nos conflitos do Leste Europeu.
Lavrov está no Brasil pois participa do encontro de chanceleres do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, a União Europeia e a União Africana. Esta será a segunda visita do ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia ao Brasil desde que Lula assumiu a presidência.
Brasil e Rússia possuem uma forte relação comercial e estratégica em diversos aspectos, como na composição dos Brics. Atualmente, o Brasil ainda é o maior parceiro comercial dos russos na América Latina.
Putin
Apesar da boa relação comercial, o presidente russo, Vladimir Putin, não pode vir ao Brasil e em nenhum dos 123 países signatários do Tribunal Penal Internacional (TPI), conhecido também como Tribunal de Haia.
A corte condenou Putin à prisão por crime de guerra de deportação ilegal de crianças e transferências de crianças de áreas ocupadas da Ucrânia para a Rússia. Nestes países, o chefe de Estado russo vem sendo representado por Lavrov. Caso Putin vá para um dos 123 países do TPI, ele poderá ser preso.