Além de Bolsonaro, outros três ex-presidentes foram presos desde a redemocratização do país
Collor, Temer e Lula também foram presos em diferentes investigações e processos judiciais nos últimos sete anos
SBT News
A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro marca a quarta vez que um ex-presidente da República é preso desde a redemocratização do país. Casos anteriores envolveram Fernando Collor de Mello, Michel Temer e Luiz Inácio Lula da Silva.
O mais recente antes de Bolsonaro foi Fernando Collor, preso em abril deste ano, em Maceió. Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Collor foi acusado de receber R$ 20 milhões para viabilizar contratos com a BR Distribuidora, num processo da Operação Lava Jato. Ele passou cinco dias na prisão até o ministro Alexandre de Moraes autorizar o cumprimento da pena em regime domiciliar. Collor governou o país de 1990 a 1992 e deixou o cargo após ser alvo de impeachment.
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Michel Temer também teve passagens pela cadeia. Em 2019, foi preso duas vezes em desdobramentos da Lava Jato. As investigações apuravam suspeitas de fraude em licitações relacionadas à construção de uma usina nuclear, beneficiando empresas ligadas a aliados de Temer. O processo foi arquivado. Apesar de ser alvo de mais de dez inquéritos, o ex-presidente, que comandou o país de 2016 a 2018, nunca foi condenado.
Lula foi preso em 2018, cumprindo 580 dias de detenção na sede da Polícia Federal em Curitiba. Ele havia sido condenado por corrupção em dois processos da Lava Jato: um envolvendo um tríplex no Guarujá e outro relacionado a um sítio em Atibaia. A defesa sempre sustentou que Lula nunca foi proprietário dos imóveis. Em 2021, o ministro do STF Edson Fachin anulou as condenações por entender que os casos não deveriam ter tramitado em Curitiba. Mais tarde, o Supremo decidiu também que o juiz responsável pelos julgamentos, Sergio Moro, não agiu com imparcialidade.