Venda de "linha chilena" cortante dribla proibição e número de denúncias dispara
Item usado em pipas foi responsável pela morte de Jorge Luiz da Silva Marciano, que conduzia uma moto no domingo (3) quando foi atingido pela linha cortante
Liane Borges
do SBT Brasil
A morte de Jorge Luiz da Silva Marciano, de 38 anos, voltou a expor os perigos da linha chilena — fio altamente cortante usado em pipas. O pintor morreu no domingo (3) enquanto conduzia uma moto com a esposa na garupa, em uma avenida movimentada na Baixada Fluminense,. Ele foi atingido no pescoço pela linha cortante e morreu no local.
Produzida com óxido de alumínio, a linha chilena é até quatro vezes mais cortante que o cerol tradicional, feito com caco de vidro, tornando-se muito mais perigosa e proibida no Rio de Janeiro desde 2019.
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Apesar da comercialização ser proibida, o produto ainda é encontrado facilmente, tanto em lojas físicas quanto na internet. Com câmeras escondidas, uma reportagem do SBT flagrou a venda em comunidades do Rio, enquanto sites e redes sociais oferecem o material com entrega para todo o país e preços que chegam a R$ 330.
Entre janeiro e julho deste ano, o programa Linha Verde, do Disque-Denúncia do Rio de Janeiro, registrou 716 denúncias envolvendo a linha chilena. O número supera em quase 30% todo o volume denunciado em 2024.
Embora a lei preveja multa de até R$ 18 mil para os vendedores e até um ano de prisão para quem usa o material, especialistas alertam que a fiscalização é insuficiente e que o comércio ilegal segue colocando vidas em risco.