Juíza arquiva processo contra Trump sobre documentos sigilosos
Segundo a magistrada, nomeada por Trump, o procurador não poderia ter levado o caso à Justiça porque sua nomeação teria sido imprópria
A Justiça Federal dos Estados Unidos encerrou o processo criminal no qual o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, era acusado de reter documentos sigilosos e sensíveis à segurança nacional do país em sua mansão Mar-a-Lago, em Palm Beach, na Flórida.
A juíza Aillen Cannon, apoiou a alegação dos advogados de defesa do republicano, que alegaram que o promotor do caso, Jack Smith, não possuía autoridade para levar o caso à Justiça, por ter sido nomeado pelo procurador-geral Merrick Garland, em vez de ser confirmado pelo Congresso, e que seu escritório foi financiado inadequadamente pelo Departamento de Justiça. A promotoria ainda pode recorrer.
"Se os ramos políticos desejarem conceder ao Procurador-Geral o poder de nomear o Procurador Especial Smith para investigar e processar esta ação com todos os poderes de um Procurador dos Estados Unidos, há um meio válido para fazê-lo", escreveu Cannon em uma ordem de 93 páginas que concede o pedido da defesa para rejeitar o caso. Esse mecanismo é através da aprovação do Congresso, concluiu.
Aillen Cannon foi nomeada por Trump para o cargo. Ela foi alvo de críticas durante a investigação do FBI quando nomeou um árbitro independente para inspecionar os documentos confidenciais recuperados durante a busca de agosto de 2022 em Mar-a-Lago, uma decisão que foi anulada meses depois por um painel federal de apelações unânime.
Desde então, ela tem demorado a emitir decisões — favorecendo a estratégia de Trump de garantir atrasos — e tem acolhido argumentos da defesa que especialistas disseram que outros juízes teriam rejeitado sem audiências. Em maio, ela cancelou indefinidamente a data do julgamento em meio a uma série de questões legais não resolvidas.
* Com informações da Associated Press