Hamas inicia libertação de reféns israelenses
Ação faz parte do acordo de cessar-fogo, mediado pelos EUA; em troca, Israel vai soltar 1,7 mil prisioneiros palestinos

Camila Stucaluc
O Hamas iniciou, na madrugada desta segunda-feira (13), a libertação dos últimos reféns mantidos na Faixa de Gaza. A ação faz parte da primeira fase do acordo de paz assinado com Israel, na última semana, que visa acabar com o conflito no enclave palestino.
Ao todo, 48 dos mais de 200 sequestrados nos ataques de 7 de outubro de 2023 ainda permaneciam sob custódia do Hamas, sendo 20 vivos e 28 mortos. Mais cedo, as Brigadas Al-Qassam, braço militar do grupo, divulgou os nomes dos reféns vivos que serão libertados ao longo da madrugada. São eles:
- Bar Kupershtein
- Evyatar David
- Yosef-Chaim Ohana
- Segev Kalfon
- Avinatan ou
- Elkana Bohbot
- Maxim Herkin
- Nimrod Cohen
- Matan Zangauker
- David Cunio
- Chifre de Eitan
- Matan Angrest
- Eitan Mor
- Gali Berman
- Ziv Berman
- Omri Miran
- Alon Ohel
- Guy Gilboa-Dalal
- Rom Braslabski
- Ariel Konio
O transporte é feito pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, conforme estipulado no acordo de paz. Após resgatados, os reféns devem ser levados a uma parte de Gaza controlada por militares israelenses. Posteriormente, serão transferidos para uma base militar no sul de Israel, onde se reunirão com familiares.
Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) afirmaram que helicópteros da Força Aérea já estão prontos para transportar imediatamente quaisquer reféns que precisem de atenção médica urgente. Na chamada Praça dos Reféns, em Tel Aviv, milhares de israelenses acompanham as libertações.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que auxiliou nas negociações de paz, está em Israel. Ele se encontrará com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, com quem irá discursar no parlamento israelense, antes de seguir para o Egito, onde se juntará a líderes mundiais para uma cúpula sobre Gaza.
Pelas redes sociais, Netanyahu emitiu uma nota de boas-vindas aos reféns, informando que todos receberão um kit com itens pessoais, um laptop, um celular e um tablet. "Em nome de todo o povo de Israel — bem-vindos de volta! Esperamos por vocês, nós os abraçamos", escreveu.
Assim que todos os reféns tocarem o solo israelense, 1,7 mil prisioneiros palestinos serão libertados pelo governo de Benjamin Netanyahu e levados para a Faixa de Gaza. Com isso, a primeira fase do acordo de paz estará concluída, abrindo espaço para a saída das tropas israelenses do enclave palestino.
Acordo de paz
O acordo de paz na Faixa de Gaza, elaborado pelos Estados Unidos, engloba a libertação dos reféns ainda mantidos pelo Hamas, vivos e mortos, em troca de 250 palestinos condenados e 1.700 detidos em Israel. O texto também inclui a retirada de tropas israelenses, a desmilitarização de Gaza e a entrada de ajuda humanitária na região, incluindo reabilitação de infraestrutura.
Ainda é proposto que, enquanto um novo governo não é firmado, o enclave palestino será administrado por uma gestão internacional temporário, chamado de “Conselho da Paz”, chefiada por Trump e outros líderes e ex-chefes de Estado, e composto por palestinos qualificados. O Hamas, por sua vez, não terá participação no governo.
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Outros pontos do acordo incluem a criação de um plano de desenvolvimento para reconstruir e revitalizar Gaza; o estabelecimento de uma zona econômica especial com tarifas preferenciais e taxas de acesso negociadas; e a garantia de segurança por parceiros regionais, que deverão impedir o Hamas e outras facções de descumprirem os termos do acordo. Para os militantes que se renderem, Israel também prometeu anistia.