Israel identifica corpo de 13º refém devolvido pelo Hamas
Sargento-major Tal Haimi foi morto pelo grupo em 7 de outubro de 2023, durante combate em Nir Yitzhak

Camila Stucaluc
O Centro Nacional de Medicina Forense de Israel confirmou, na noite de segunda-feira (20), a identidade do 13º refém morto entregue pelo Hamas. Trata-se do sargento-major Tal Haimi, comandante do esquadrão de alerta em Nir Yitzhak.
Segundo o órgão, Eliyahu foi morto pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, aos 75 anos, enquanto trabalhava em uma fazenda no Kibutz Nir Oz, no sul de Israel. Seu corpo foi levado à Faixa de Gaza pelos militantes, que confirmaram sua morte cerca de dois meses depois, em 1º de dezembro.
Segundo o órgão, Haimi morreu aos 41 anos no dia 7 de outubro de 2023, durante os ataques do Hamas no sul de Israel. Ele lutava para defender sua comunidade, quando foi atingido. Seu corpo foi levado para a Faixa de Gaza pelos militantes, que confirmaram sua morte apenas dois meses depois, em 13 de dezembro.
Em publicação nas redes sociais, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) prestaram solidariedade aos familiares do sargento. “Haimi deixa esposa, quatro filhos, um pai e uma irmã. A IDF compartilha a dor da família e continua a investir todos os esforços para devolver os mortos sequestrados”, diz o texto.
Haimi é o 13º dos 28 reféns mortos que serão entregues pelo Hamas, conforme estipulado no acordo de paz assinado com Israel. Inicialmente, o grupo teria 72 horas para devolver os corpos, mas o prazo aumentou. Isso porque os militantes afirmaram que os locais de sepultamento das vítimas eram desconhecidos e que levaria tempo para localizá-los.
Para acelerar o processo, a porta-voz do Gabinete do Primeiro Ministro, Shosh Bedrosian, anunciou que um comitê internacional irá auxiliar nas buscas pelos reféns. “Agiremos para localizar todos esses reféns o mais rápido possível, e faremos isso como um dever sagrado de responsabilidade comunitária”, disse ela.
A libertação dos corpos faz parte da primeira fase do acordo de paz — mediado pelos Estados Unidos, Catar, Egito e Turquia. Além dos mortos, o Hamas libertou os últimos 20 reféns vivos no dia 13 de outubro, em troca de 250 palestinos condenados e 1.700 detidos em Israel.
Próximos passos
Após o Hamas concluir a entrega dos corpos, a primeira fase do acordo de paz estará concluída, abrindo caminho para a saída das tropas israelenses da Faixa de Gaza. Enquanto isso, as organizações reforçam a entrada de ajuda humanitária na região, que deverá ser desmilitarizada nos próximos meses.
Enquanto um novo governo não é firmado, o enclave palestino será administrado por uma gestão internacional temporária, chamada de “Conselho da Paz”. O grupo será chefiado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e outros líderes e ex-chefes de Estado, e composto por palestinos qualificados. O Hamas, por sua vez, não terá participação.
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Outros pontos do acordo de paz incluem a criação de um plano de desenvolvimento para reconstruir e revitalizar a Faixa de Gaza; o estabelecimento de uma zona econômica especial com tarifas preferenciais e taxas de acesso negociadas; e a garantia de segurança por parceiros regionais, que deverão impedir o Hamas e outras facções de descumprirem os termos do acordo.