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"Questão é humanitária, não política", dizem ucranianos sobre abstenção do Brasil na ONU

Países divergem em resolução sobre deportação de crianças ucranianas para a Rússia.

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Em reação ao voto do Brasil na última resolução da ONU sobre a guerra, o governo da Ucrânia emitiu uma nota para dizer que "a questão das crianças ucranianas sequestradas e deportadas pela Federação Russa é, acima de tudo, humanitária, e não política ou geopolítica".

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O Brasil foi um dos 57 países que se abstiveram na votação da última quarta-feira (3), que exige o retorno de milhares de crianças e adolescentes ucranianos "transferidos à força ou deportados" para a Rússia desde o início da guerra.

Segundo o governo da Ucrânia, há 20 mil crianças neste grupo. O número é contestado por alguns países, entre eles o Brasil. O problema, não. Há farta documentação e provas, inclusive com histórias das crianças que retornaram para suas casas na Ucrânia.

Noventa e um países votaram a favor, mais do que os dois terços necessários para a aprovação do texto. Mesmo em momento de aproximação com a Rússia, os Estados Unidos foram um dos votos favoráveis. Houve 12 votos contrários.

Uma fonte do Itamaraty disse ao SBT News que o texto promovia mais confronto do que apresentava soluções. "Nós favorecemos uma linha mais construtiva, que não foi possível contemplar" no texto, disse a mesma fonte.

Para a Ucrânia, cada voto na ONU representa uma mensagem moral. "A proteção de crianças deve estar acima de qualquer cálculo estratégico. Naturalmente, respeitamos a soberania das decisões brasileiras; porém, acreditamos que, diante de uma violação tão grave, a comunidade internacional precisa mostrar unidade".

Foi a deportação de crianças que motivou o mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional contra Vladimir Putin e outras autoridades russas. No primeiro documento apresentado por norte-americanos e russos, há uma proposta de anistia para ambos os lados.

Mas ainda que haja um acordo de paz, Vladimir Putin e os russos não escapariam da investigação e de uma possível condenação, segundo avisaram hoje os procuradores do Tribunal.

"Nós temos continuado as investigações em outras situações, em que há um acordo de paz. No fim das contas, isso não impede que a justiça seja feita", afirmou Nazhat Khan, uma das procuradoras do caso.

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