Israel bombardeia escola em Gaza horas após concordar com cessar-fogo proposto por EUA
Antony Blinken, secretário de Defesa dos EUA, esteve em Tel Aviv e pressionou Hamas para aceitar acordo; número de mortos na Faixa de Gaza já passa de 40 mil
Os corpos de 12 pessoas, incluindo crianças, foram retirados dos escombros de uma escola na Cidade de Gaza, na Faixa de Gaza, bombardeada por Israel nesta terça-feira (20). Segundo a Defesa Civil do enclave palestino, o número de vítimas, contudo, deve ser maior, já que ao menos 700 palestinos desabrigados se refugiavam no local no momento do ataque.
Muitas das vítimas continuam presas sob os escombros, e o trabalho de resgate é dificultado pela falta de pessoal, maquinário e combustível na região.
Esse não é o primeiro ataque de Tel Aviv a escolas e hospitais da Faixa de Gaza. No entanto, o bombardeio acontece horas após o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Antony Blinken, anunciar que Israel aceitou os termos da nova proposta de cessar-fogo apresentada na semana passada pelos mediadores Catar e Egito — além dos Estados Unidos — na rodada de negociações mais recente, em Doha.
O alto diplomata esteve em Tel Aviv — sua nona visita ao país desde o início do conflito, em 7 de outubro — e parou nesta terça (20) no Egito, antes de viajar para o Catar, onde as negociações devem ser retomadas neste fim de semana. Em seu anúncio, Blinken pressionou o grupo palestino a aceitar os termos do acordo.
Desde então, o Hamas não se manifestou sobre o cessar-fogo, mas acusou Blinken e o presidente Joe Biden de estarem "comprando tempo" para Israel continuar com a guerra. O grupo palestino afirmou que concordou com o acordo de cessar-fogo proposto em 31 de maio, e que a nova versão altera a estrutura anterior, estabelecendo condições impostas por Netanyahu.
A guerra na Faixa de Gaza já deixou mais de 40 mil mortos — a maioria são crianças e mulheres.