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Israel anuncia deportação de brasileiros após interceptar embarcações de missão humanitária

País informou que todos os passageiros da Flotilha Global Sumud estão em boas condições; organização denuncia ilegalidade na interceptação

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Embarcações com Greta Thunberg e ativistas brasileiros são interceptadas por Israel perto de Gaza | Reprodução/Reuters
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O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou nesta quinta-feira (2) que passageiros da Flotilha Global Sumud, incluindo ativistas brasileiros e a sueca Greta Thunberg, "estão seguros e em boas condições de saúde". Segundo o governo israelense, eles estão chegando ao país e, em seguida, serão deportados para a Europa.

Israel chamou a missão humanitária, que partiu pacificamente levando água, comida e medicamentos ao povo palestino, de "Hamas-Sumud".

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"A provocação Hamas-Sumud terminou. Nenhum dos iates provocadores do Hamas-Sumud conseguiu entrar em uma zona de combate ativa ou romper o bloqueio naval legal. Todos os passageiros estão seguros e com boa saúde. Eles estão a caminho de Israel, de onde serão deportados para a Europa", disse o Ministério das Relações Exteriores israelense em comunicado publicado na rede social X (antigo Twitter).

O ministério também ameaçou uma embarcação que segue em alto-mar: "Um último navio desta provocação permanece à distância. Se se aproximar, sua tentativa de entrar em uma zona de combate ativa e romper o bloqueio também será impedida."

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A atualização ocorre após a interceptação, nessa quarta (1º), de 39 barcos da flotilha que levavam ajuda à Faixa de Gaza. Entre os detidos estão os brasileiros Bruno Sperb Rocha, Lisiane Penca Severo, Magno de Carvalho Costa, Mariana Conti Takahashi, Thiago Ávila e Gabriela Tolotti, além da deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).

Organização denuncia ilegalidade da interceptação

Em nota, a organização da flotilha apontou ilegalidade na ação de Israel, que interceptou as embarcações em águas internacionais: "Este é um sequestro ilegal, em violação direta ao direito internacional e aos direitos humanos básicos. Interceptar embarcações humanitárias em águas internacionais é um crime de guerra; negar acesso a assessoria jurídica e ocultar o paradeiro dos detidos agrava ainda mais esse crime".

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"O mundo testemunhou civis desarmados, carregando ajuda humanitária, serem alvo de intimidação e interceptação nas horas finais de sua missão pacífica rumo a Gaza. [...] Exigimos que governos, líderes mundiais e instituições internacionais intervenham imediatamente [...]. Nosso compromisso permanece claro: romper o cerco ilegal de Israel e pôr fim ao genocídio em curso contra o povo palestino", declarou.

O bloqueio marítimo à Faixa de Gaza é criticado por organizações internacionais, que o consideram uma forma de cerco que agrava a crise humanitária no território palestino. Já Israel defende a medida como necessária para impedir o envio de armas ao grupo Hamas.

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A Flotilha Global Sumud reúne mais de 40 barcos civis, transportando cerca de 500 pessoas, entre parlamentares, advogados e ativistas. O grupo afirma que a missão tem caráter exclusivamente humanitário e busca romper o bloqueio israelense a Gaza, levando insumos básicos em meio à guerra.

O que diz o Itamaraty?

O Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores) declarou nessa quarta que acompanha o caso de perto, já entrou em contato com autoridades israelenses e presta assistência consular. Em nota, o governo brasileiro criticou a operação militar, responsabilizando Israel pela segurança dos cidadãos detidos e pedindo o levantamento imediato das restrições à ajuda humanitária em Gaza.

Leia nota na íntegra:

"O governo brasileiro acompanha com preocupação a interceptação pela marinha israelense de embarcações da Flotilha Global Sumud, que contam com presença de cidadãs e cidadãos brasileiros, incluindo parlamentares.

Diante das primeiras notícias de detenção de nacionais brasileiros a bordo de embarcações da flotilha, entre eles a deputada federal Luizianne Lins, o Brasil recorda o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais e ressalta o caráter pacífico da flotilha.

O governo brasileiro deplora a ação militar do governo de Israel, que viola direitos e põe em risco a integridade física de manifestantes em ação pacífica. No contexto dessa operação militar condenável, passa a ser de responsabilidade de Israel a segurança das pessoas detidas.

Reitera, nesse contexto, exortação pelo levantamento imediato e incondicional de todas as restrições israelenses à entrada e distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, em consonância com as obrigações de Israel, como potência ocupante, à luz do direito internacional humanitário.

A Embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato permanente com as autoridades israelenses, de modo a prestar a assistência consular cabível aos nacionais, conforme estabelece a Convenção de Viena sobre Relações Consulares."

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