Israel acusa Hamas de matar irmãos da família Bibas e substituir corpo da mãe
Porta-voz do exército falou em violação do acordo de cessar-fogo e pediu que restos mortais de Shiri sejam entregues o mais rápido possível
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Camila Stucaluc
Israel acusou o Hamas de matar os irmãos Ariel e Kfir Bibas – capturados no ataque de 7 de outubro de 2023. Em comunicado nesta sexta-feira (21), o porta-voz do exército, Avichay Adraee, disse que as avaliações médicas indicaram que as crianças foram brutalmente assassinadas em novembro de 2023, quando estavam em cativeiro.
Ariel e Kfir Bibas foram capturados quando tinham quatro anos e oito meses, respectivamente. O Hamas devolveu os corpos dos irmãos a Israel na quinta-feira (20) – como parte do acordo de cessar-fogo –, alegando que as crianças haviam sido mortas em um ataque aéreo israelese na Faixa de Gaza, em novembro de 2023.
Além de acusar o grupo palestino de assassinar os irmãos, Adraee confirmou que o outro corpo entregue não pertence a mãe das crianças, Shiri Bibas. Segundo ele, o processo de diagnóstico apontou que o corpo não corresponde a nenhum dos reféns.
“Fale-se de uma violação flagrante do Hamas, que se comprometeu com o retorno de quatro sequestrados conforme o acordo”, disse Adraee. “Compartilhamos a dor da família Bibas nesta hora difícil e continuaremos os esforços para trazer Shiri e todos os sequestrados de volta o mais rápido possível”, acrescentou o militar.
O Hamas ainda não se pronunciou. Um alto funcionário dos Estados Unidos, contudo, emitiu um alerta ao grupo palestino, classificando a ação como “clara violação” do acordo de cessar-fogo. “Se eu fosse eles, libertaria todo mundo ou enfrentarão a aniquilação total", disse à CNN o enviado Adam Boehler, que ajuda na libertação dos reféns.
Cessar-fogo
O acordo de cessar-fogo foi firmado entre Israel e Hamas em janeiro deste ano, sendo composto por três fases. A primeira inclui uma trégua completa das hostilidades e liberação de reféns mulheres, idosos e feridos do Hamas. Em troca, Israel está soltando milhares de palestinos presos e os moradores foram autorizados a retornar para Gaza.
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A segunda etapa terá a troca dos demais reféns israelenses, incluindo soldados, pela retirada total das tropas de Tel Aviv da Faixa de Gaza. Já na fase três, Estados Unidos, Catar e Egito – responsáveis pelas mediações para o acordo – elaborarão um plano de reconstrução para Gaza, onde mais de 46 mil pessoas já foram mortas.