Imprensa internacional repercute julgamento de Bolsonaro no STF por tentativa de golpe de Estado
Ex-presidente depôs nesta terça-feira (10) no Supremo; jornais destacam negativa de envolvimento na trama golpista e pedido de desculpas a Moraes

Vicklin Moraes
A imprensa internacional repercutiu nesta terça-feira (10), o interrogatório do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da investigação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado. Segundo as investigações, Bolsonaro faz parte do chamado "núcleo 1" da trama golpista, composto por lideranças políticas e militares.
Jornais ao redor do mundo ressaltaram que este é o primeiro julgamento de um chefe de Estado brasileiro acusado de tentar derrubar a democracia e apontaram a recusa de Bolsonaro em admitir qualquer participação no plano.
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O The Washington Post, dos Estados Unidos, destacou: "Bolsonaro testemunha perante o Supremo Tribunal Federal sobre suposta conspiração de golpe e chama manifestantes de 'loucos'."
O jornal enfatizou ser a primeira vez que um ex-chefe do Executivo brasileiro é acusado formalmente por tentativa de golpe de Estado. O periódico ainda relatou: "O político de extrema-direita admitiu ter discutido 'possibilidades' com os chefes das Forças Armadas após a vitória de Lula, mas dentro dos limites constitucionais. Ele não deu detalhes.”

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O britânico The Guardian destacou: "Bolsonaro nega plano de golpe, mas admite discutir ‘caminhos alternativos’ para permanecer presidente.”
O jornal também repercutiu o pedido de desculpas de Bolsonaro ao ministro Alexandre de Moraes, do STF. “Havia alguma expectativa sobre seu confronto com o juiz principal do caso, o ministro Alexandre de Moraes — ex-presidente do tribunal eleitoral, a quem Bolsonaro já havia chamado de ‘idiota’ e ‘canalha’.”

O El País, da Espanha, classificou o depoimento como um ato político:"Ex-presidente Bolsonaro transforma julgamento por liderar tentativa de golpe contra Lula em comício."
O jornal espanhol ainda completou: "O ex-presidente insiste, quando questionado pelo juiz Moraes, que não há levante ‘sem líder, Forças Armadas ou apoio’."

A BBC, do Reino Unido, reforçou a negativa do ex-presidente: "Bolsonaro nega envolvimento em suposta conspiração golpista". O jornal britânico ainda completou: "Bolsonaro, ex-capitão do Exército e admirador do presidente dos EUA, Donald Trump, governou o Brasil de janeiro de 2019 a dezembro de 2022. Ele perdeu por pouco o segundo turno das eleições presidenciais em outubro de 2022 para seu rival de esquerda, Lula."
