Implosão do submersível Titan completa 1 ano: relembre a tragédia
Cinco pessoas morreram no acidente; investigações sobre a expedição continuam nos Estados Unidos
Há um ano, o desaparecimento de um submersível experimental com cinco tripulantes a bordo durante uma expedição aos destroços do Titanic chamou atenção do mundo. Foram quatro dias de buscas intensas pelo Oceano Atlântico até o anúncio de que a embarcação, intitulada Titan, havia implodido e todos estavam mortos.
Foram diversos os pontos que chamaram a atenção do público para o caso, desde a importância dos passageiros — entre eles, dois membros de uma influente família paquistanesa, um bilionário britânico e o maior especialista no naufrágio do Titanic —, o valor pago por eles para estar na expedição, US$ 250 mil (cerca de R$ 1,2 milhão), até a estrutura do submersível, que era feito de fibra de carbono e titânio e guiado apenas por um joystick semelhante a um controle de videogame.
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Relembre os principais pontos da tragédia:
- O Titan submergiu às 6 horas da manhã de 18 de junho e perdeu contato com o centro de apoio cerca de uma hora e 45 minutos depois. A cápsula, que não era é autônoma, tinha um pouco mais de 6 metros de comprimento e 3 metros de largura e contava com um suprimento de oxigênio de 96 horas. Não havia cadeiras ou assentos e o passageiros estavam sentados no chão, de pernas cruzadas, com apenas um banheiro.
- O submersível foi criado pela OceanGate, também responsável pela expedição. Essa seria a terceira viagem tripulada da empresa aos destroços do Titanic desde 2021 e tinha um itinerário de oito dias, que começava com o embarque em St. John's, em Newfoundland, no Canadá. Lá, os passageiros embarcaram em um navio que viajou ao local do naufrágio do Titanic, a cerca de 600 km da costa, no Oceano Atlântico Norte, para então ser lançado ao mar a bordo do submersível Titan, que deveria ter descido a 3,800 metros abaixo da superfície.
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- Equipes de busca do Canadá, Estados Unidos e França correram contra o tempo para achar a pequena embarcação antes que o prazo de 96 horas de oxigênio terminasse, mas o pior cenário foi confirmado cinco dias depois, em 22 de junho, após destroços do Titan serem encontrados a 3.800 metros abaixo da superfície.
- Na época, a principal suspeita era de que a embarcação implodiu após não suportar a pressão da água. Uma investigação foi lançada pela Marinha dos Estados Unidos e Canadá, mas, um ano após o incidente, ainda não obteve resultados. Entre os pontos investigados estão o design não convencional do submersível e questões de segurança. Conforme noticiado na época, a OceanGate teria evitado verificações independentes de padrão na indústria, com um ex-funcionário acusando a companhia de ter usado um visor certificado apenas para profundidades de até 1.300 metros, bem menos do que os 4.000 metros esperados para a expedição.
- A OceanGate suspendeu as operações de exploração menos de um mês depois da tragédia, mas as expedições aos destroços do Titanic continuam. A empresa responsável pelos direitos de salvamento do Titanic planeja visitar o navio afundado em julho utilizando veículos operados remotamente. Além disso, um bilionário do setor imobiliário de Ohio, nos EUA, anunciou uma viagem ao naufrágio em um submersível para duas pessoas, programada para 2026.
- O incidente também inspirou um documentário, "Minute By Minute: The Titan Sub Disaster" (Minuto por Minuto: O Desastre do Submersível Titan, em tradução livre), produzido pela ITN Productions para a emissora britânica Channel 5. A produção trouxe detalhes inéditos da tragédia, como os últimos sons emitidos pelo submersível Titan.
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- No registro obtido pela Força Aérea Canadense é possível ouvir o que seriam batidas na parede do submersível durante os mais de cinco dias de buscas no Oceano Atlântico.