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Governo Trump revoga limites impostos por Biden para exploração de petróleo no Alasca

Reserva é uma das últimas áreas selvagens intocadas no Alasca, abrigando caribus, ursos polares e milhares de aves migratórias

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Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump | White House
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O governo dos Estados Unidos decidiu reverter os limites da exploração de petróleo e gás no norte do Alasca, impostos na administração Biden. O anúncio foi feito na quinta-feira (13) pelo secretário do Interior, Doug Burgum.

"Ao rescindir a regra de 2024, estamos seguindo a orientação definida pelo presidente Trump para liberar o potencial energético do Alasca, criar empregos e fortalecer a segurança energética americana. Essa ação restaura o gerenciamento de bom senso e garante benefícios de desenvolvimento responsável tanto para o Alasca quanto para a nação”, disse.

Apesar de ser chamada de “Reserva Nacional de Petróleo”, a região é uma das últimas áreas selvagens intocadas no Alasca, abrigando caribus, ursos polares e milhares de aves migratórias, por exemplo. Atendendo a pedidos de preservação, o ex-presidente Joe Biden proibiu a perfuração para a exploração de petróleo e gás em 4 milhões de hectares.

A reversão da medida faz a reserva retomar aos regulamentos originalmente estabelecidos em 1977. Embora não elimine totalmente as proteções para certas áreas, a ação torna significativamente mais fácil permitir a perfuração e a mineração na região.

Segundo Burgum, a decisão atendeu às solicitações de moradores do Alasca, incluindo comunidades do distrito de North Slope — onde a exploração será autorizada. O grupo Voice of the Arctic Inupiat (Voz dos Inupiat do Ártico), por exemplo, disse apoiar a medida, alegando que a infraestrutura de perfuração contribui significativamente para as receitas fiscais da região e apoia serviços como saúde e educação.

Por outro lado, grupos ambientalistas, que devem contestar as mudanças no tribunal, alegaram que a decisão pode provocar danos irreversíveis a terras e à vida selvagem.

“Tentando cumprir suas promessas de sacrificar as vastas paisagens insubstituíveis do Alasca para perfuração, mineração e extração de madeira, o governo Trump decidiu priorizar os desejos da indústria de combustíveis fósseis. Esses empreendimentos arriscados colocam em risco ecossistemas frágeis e aceleram a crise climática. O Ártico deve ser protegido, não perfurado para petróleo e gás”, disse o grupo Earthjustice.

Esse é mais um dos esforços do governo de Donald Trump para expandir a exploração de petróleo e gás nos Estados Unidos, visando aumentar a produção doméstica de energia e, consequentemente, reforçar a independência energética. O grande alvo é o Alasca, rico em recursos. Em outubro, o governo revogou uma série de políticas restritivas no estado, inclusive em áreas de reserva, e retomou concessões.

Crise climática

A medida foi anunciada em meio à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), no Pará, onde centenas de autoridades internacionais discutem medidas para conter a crise climática. Apesar de contar com personalidades norte-americanas, essa foi a primeira vez na história que os Estados Unidos não enviaram uma delegação oficial ao evento.

+ Na COP30, governador da Califórnia chama de ‘burra’ postura dos EUA sobre crise climática

Entre as pautas em debate, destaca-se à aceleração da transição energética, que vem sendo prometida pelos países. O termo se refere à mudança gradual do sistema energético de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão mineral, por fontes limpas e renováveis, como energia solar, eólica e hidrelétrica. O objetivo é reduzir as emissões de gases de efeito estufa, que aceleram o aquecimento da Terra.

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