Governo da França dissolve grupos extremistas de direita e radicais muçulmanos
Medida acontece quatro dias antes das eleições, que aumentaram os discursos de ódio no país
O governo da França ordenou, nesta quarta-feira (26), a dissolução de vários grupos extremistas de direita e radicais muçulmanos, quatro dias antes do primeiro turno das eleições legislativas.
A antecipação das eleições nacionais mergulharam o país em uma corrida eleitoral apressada e desordenada, na qual o discurso de ódio está se tornando uma preocupação crescente.
O Ministro do Interior, Gerald Darmanin, anunciou que o governo ordenou o fechamento de vários grupos que promovem ódio. Uma série de decretos anunciando o fechamento descreveu as investigações sobre os grupos e disse que eles representavam riscos de violência.
Os grupos afetados incluem o GUD, conhecido por violência e antissemitismo. Seus membros apoiaram no passado a líder política de extrema-direita Marine Le Pen.
O partido Reunião Nacional de Le Pen lidera todas as pesquisas antes das eleições, enquanto a aliança centrista de Macron está muito atrás. No entanto, o resultado permanece incerto, devido ao complexo sistema de votação em duas etapas e possíveis alianças políticas.
Esta não é a primeira vez que o governo francês se movimenta para dissolver grupos que acredita infringir a segurança e os direitos humanos, mas o momento do anúncio, antes das eleições, parece enviar uma mensagem clara sobre o extremismo.
Outro grupo alvo, chamado Les Remparts, é acusado de incitar ódio, discriminação e violência contra estrangeiros e pessoas não brancas, de acordo com decretos do Ministério do Interior.
Alguns membros, segundo um decreto, usam uma jaqueta com a inscrição "Divisão Branca" e teriam oferecido treinamentos de autodefesa. O ministério cita um ataque de 2023 no qual dezenas de militantes de extrema-direita encapuzados, armados com barras de ferro, atacaram um grupo de civis em uma conferência sobre palestinos. Alguns dos autores do ataque tinham ligações com Les Remparts, disse o decreto.
Outro decreto teve como alvo um grupo chamado Jonas Paris, que afirma apoiar a comunidade muçulmana da França, mas, em vez disso, promove violência, ódio e discriminação contra não muçulmanos, mulheres e pessoas LGBTQ+.
*com informações da Associated Press