Fotógrafo flagra momento em que é atingido por policial em protestos em Los Angeles
Toby Canham, do New York Post, foi atingido na testa por bala de borracha; ele é o 3º profissional ferido na cobertura de manifestações pró-imigração

Emanuelle Menezes
Um fotógrafo que trabalhava para o jornal americano New York Post flagrou o momento em que um policial dispara uma bala de borracha em sua direção e o atinge, durante a cobertura dos protestos contra medidas de deportação de imigrantes em Los Angeles, neste domingo (8) (veja vídeo abaixo).
Toby Canham, de 59 anos, estava identificado como integrante da imprensa e cobria uma manifestação que acontecia na Rodovia 101. O fotógrafo estava em uma via elevada, filmando o protesto, quando um policial da Patrulha Rodoviária da Califórnia (CHP) apontou a arma para ele e atirou.
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O profissional, que conseguiu registrar o momento, foi atingido na testa e caiu no chão. Nas imagens é possível ouvir ele dizendo: "Acabei de levar um tiro na cabeça!". Toby foi levado ao hospital com um hematoma na testa e uma lesão no pescoço.
"Não havia justificativa alguma para sequer apontar a arma para mim e puxar o gatilho", disse Canham ao NY Post, observando ainda que poderia ter sido atingido no olho.

Toby Canham não foi o único. No mesmo dia, uma repórter do portal de notícias australiano 9news foi atingida por uma bala de borracha, disparada à queima-roupa por um policial, durante uma transmissão ao vivo. O cinegrafista que estava com a repórter Lauren Tomasi registrou o momento em que ela está de costas e um dos policiais olha para ela, aponta a arma e atira.

O fotógrafo britânico Nick Stern também foi atingido por uma bala não letal enquanto cobria protestos, informou a PA Media, agência nacional de notícias do Reino Unido. O profissional desmaiou de dor e, após receber os primeiros socorros, foi encaminhado a uma unidade médica, onde passou por uma cirurgia de emergência. Ele segue em recuperação.
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Protestos em LA
Os protestos contra as leis anti-imigratórias de Trump começaram no último sábado (7), um dia depois do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE) realizar dezenas de detenções migratórias na região. Os atos terminaram em confrontos entre manifestantes e agentes, o que fez Trump determinar o envio da Guarda Nacional para proteger propriedades e funcionários federais, incluindo agentes de imigração.
Em resposta, manifestantes queimaram carros e bloquearam rodovias na cidade, o que resultou na prisão de mais de 200 pessoas. Para endurecer a ordem, Trump anunciou o envio de mais 2 mil soldados da Guarda Nacional, bem como cerca de 700 fuzileiros navais para o município.
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, informou na segunda-feira (9) que entrou com um processo contra o governo de Donald Trump, com o objetivo de revogar a medida de envio das tropas da Guarda Nacional.
"Um dos pilares da nossa nação e da nossa democracia é que nosso povo é governado por um governo civil, não militar. A Califórnia defenderá esses princípios no tribunal", disse Newsom. "Os Tribunais e o Congresso precisam agir. Os freios e contrapesos estão se desintegrando", acrescentou.
A última vez que uma medida como essa foi adotada no país foi em 1965, durante os protestos por direitos civis da população negra em meio à segregação racial.