Escalada em protestos nos EUA tem repórter atingida por bala de borracha e 60 presos
Guarda Nacional foi acionada pelo presidente Donald Trump para conter os manifestantes neste domingo (8)

Giovanna Tuneli
Uma repórter foi atingida por uma bala de borracha durante a cobertura dos protestos contra medidas de deportação de imigrantes em Los Angeles, nos Estados Unidos, neste domingo (8). No terceiro dia de manifestação, o presidente Donald Trump convocou dois mil soldados da Guarda Nacional, que usaram granadas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Segundo a polícia de Los Angeles, cerca de 60 pessoas foram presas, incluindo menores de idade.
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A correspondente americana do portal de notícias australiano 9news, Lauren Tomasi, foi surpreendida, durante sua transmissão ao vivo, ao ser atingida por uma bala de borracha. A munição "parece ter sido disparada à queima-roupa por um policial, conforme relatos da mídia no local".
O cinegrafista que estava com a repórter registrou o momento em que ela está de costas e um dos policiais olha para ela, aponta a arma e atira. Lauren sentiu dores no local atingido, mas não teve lesões, segundo a emissora. Veja o momento em que o disparo é feito:
Além de Tomasi, Nick Stern, fotógrafo britânico, foi atingido por uma bala não letal enquanto cobria protestos contra o Serviço de Imigração e Alfândega em Los Angeles, informou a PA Media, agência nacional de notícias do Reino Unido. O profissional desmaiou de dor e, após receber os primeiros socorros, foi encaminhado a uma unidade médica, onde passou por uma cirurgia de emergência. Ele segue em recuperação.
Protestos em Los Angeles
A manifestação contra as medidas de deportação de imigrantes do governo de Trump durou três dias. Na noite de domingo, a polícia de Los Angeles publicou nas redes sociais que toda a área central de Los Angeles havia sido declarada uma reunião ilegal. “Vocês devem deixar o centro da cidade imediatamente”, informa a postagem no X, antigo Twitter.
Cerca de 60 pessoas foram presas durante os protestos, incluindo menores de 18 anos, de acordo com a Polícia de Los Angeles. Autoridades policiais também informaram que ao menos três policiais ficaram feridos durante os confrontos. Veículos foram incendiados e grandes interrupções no transporte público, com serviço de trem fechado e ônibus redirecionados, também fizeram parte do cenário das ruas da Califórnia no fim de semana.
Um homem acusado de agredir um agente na manifestação em Paramount foi adicionado à lista dos mais procurados do FBI. O órgão pediu ajuda do público para identificar o manifestante que supostamente atirou pedras em viaturas policiais, no sábado (7). Uma recompensa de até US$ 50 mil é oferecida por informações que levem à sua prisão.
O presidente norte-americano, Donald Trump, acionou cerca de dois mil soldados da Guarda Nacional para conter os manifestantes em Los Angeles, ignorando as objeções do governador Gavin Newsom sobre a medida. É a primeira vez em décadas que um presidente convoca a Guarda Nacional sem a solicitação ou consentimento de um estado. Newsom afirmou que processaria o governo Trump por causa da implementação.
"Não tínhamos problemas até Trump se envolver. Isso é uma violação grave da soberania do Estado — inflamar tensões e, ao mesmo tempo, desviar recursos de onde são realmente necessários", escreveu o governador nas redes sociais.
Em resposta, Trump defendeu a ação da Guarda Nacional nos protestos. "Não vamos deixar que isso aconteça com nosso país... Se vermos perigo para nosso país e nossos cidadãos, seremos muito firmes", afirmou o líder norte-americano. Os agentes se juntaram à polícia do estado e utilizaram granadas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar a multidão.
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A vice-governadora, Eleni Kounalakis, diz que líderes da Califórnia entrarão com uma ação judicial, nesta segunda-feira (9), contra o governo Trump sobre a federalização e o envio da Guarda Nacional para Los Angeles.