Força Aérea Brasileira começa a analisar gravações da caixa-preta do avião da Embraer que caiu no Cazaquistão
Registros de voo e conversas dos pilotos ajudam investigadores do Cenipa, em Brasília, a determinar causas do acidente aéreo do dia 25, na Rússia; 38 morreram
SBT News
No Comando Aéreo da Força Aérea Brasileira, em Brasília, as gravações da caixa-preta do avião fabricado pela Embraer que caiu no Cazaquistão e matou 38 pessoas, após ser atingido em voo em território russo, começaram a ser analisadas nesta quinta-feira (2). A investigação de especialistas brasileiros e dos três países envolvidos na tragédia do dia 25, Cazaquistão, Rússia e Azerbaijão, vai ajudar a indicar o que causou a queda da aeronave.
O equipamento da aeronave chegou nesta terça-feira (1) ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da FAB que investiga acidentes aeronáuticos.
O Embraer 190 de matrícula 4K-AZ65, da Azerbaijan Airlines, caiu na quarta-feira de Natal na cidade de Aktau, no Cazaquistão. Morreram 38 passageiros e tripulantes e 29 sobreviveram.
A aeronave decolou de Baku, capital do Azerbaijão, com destino a Grózni, capital da Chechênia, na Rússia. Os técnicos e especialistas do Cenipa fazem a análise do material e estudos, acompanhados por três investigadores do Cazaquistão, que enviou a caixa-preta ao Brasil, e outros seis convidados, sendo três do Azerbaijão e três da Rússia. Os estrangeiros ainda virão a Brasília. Os resultados serão remetidos ao Cazaquistão.
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A caixa-preta está no Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo (LABDATA), do Cenipa. O material está sendo degravado e os dados servirão para reconstituição do voo e do acidente com animação em realidade virtual em três dimensões (3D). Trajetória da aeronave, velocidade, altitude do voo e funcionamento de sistemas e da atuação dos comandos de voo são apurados com essa reconstituição.
No último sábado (28), Vladimir Putin, presidente da Rússia, pediu desculpas publicamente pelo trágico incidente no espaço aéreo de seu território. Ele não assumiu a autoria da queda da aeronave, mas destacou que no momento da queda três cidades russas estavam sob ataque ucraniano e os sistemas de defesa estavam preparados para impedir os ataques.