Foguete lançado pela Coreia do Norte para implantar satélite espião explode após a decolagem
Moradores do Japão receberam alerta para procurarem abrigo por conta do lançamento
Um foguete lançado pela Coreia do Norte para implantar o segundo satélite espião do país explodiu logo após a decolagem nesta segunda-feira (27), segundo a mídia estatal, representando um revés para as esperanças do líder Kim Jong Un de lançar satélites para monitorar os EUA e a Coreia do Sul.
O lançamento fracassado aconteceu horas após os líderes da Coreia do Sul, China e Japão se reunirem em Seul, no primeiro encontro trilateral em mais de quatro anos. É extremamente incomum que a Coreia do Norte tome ações provocativas quando a China, seu principal aliado e fonte econômica, está envolvida em diplomacia de alto nível na região.
O lançamento atraiu críticas de países vizinhos, já que a ONU proíbe a Coreia do Norte de realizar tais lançamentos, considerando-os como disfarces para testar tecnologia de mísseis de longo alcance.
A Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA) informou que lançou um satélite espião a bordo de um novo foguete em seu principal centro espacial no noroeste, mas o foguete explodiu durante o voo da primeira fase logo após a decolagem devido a um problema suspeito no motor.
O governo japonês chegou a emitir um alerta de míssil para a prefeitura de Okinawa, orientando os residentes a se abrigarem dentro de edifícios e outros locais seguros. O alerta foi retirado posteriormente porque a região não estava mais em perigo, disse o Secretário-Chefe do Gabinete, Yoshimasa Hayashi.
Mais cedo, a Coreia do Norte havia notificado a guarda costeira do Japão sobre seus planos de lançar "um foguete satélite", com um aviso para exercer cautela nas águas entre a Península Coreana e a China e a leste da principal ilha filipina de Luzon durante uma janela de lançamento de segunda-feira até 3 de junho.
A Coreia do Norte mantém firmemente o discurso que tem o direito de lançar satélites e testar mísseis.
O Ministro da Defesa japonês, Minoru Kihara, chamou o lançamento norte-coreano de "um desafio sério para o mundo inteiro." O Ministério da Unificação da Coreia do Sul chamou o lançamento de satélite pelo Norte de "uma provocação que ameaça seriamente nossa segurança e a segurança regional."
Durante a reunião trilateral com o Primeiro-Ministro japonês Fumio Kishida e o Primeiro-Ministro chinês Li Qiang mais cedo na segunda-feira, o presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol pediu uma ação internacional severa se a Coreia do Norte prosseguisse com seu plano de lançamento.
Alguns observadores dizem que o lançamento do satélite pela Coreia do Norte no primeiro dia de sua janela de oito dias pode ter sido destinado a esfriar a reunião Seul-Pequim-Tóquio e registrar seu descontentamento com a China.
Kim Jong Un tem abraçado a ideia de uma "nova Guerra Fria" e procurado fortalecer os laços com Pequim e Moscou para formar uma frente unida contra Washington, de modo que a diplomacia da China com Seul e Tóquio pode ter sido um desenvolvimento perturbador para Pyongyang.
*com informações da Associated Press