EUA ordenam retirada de 2 mil soldados da Guarda Nacional enviados à Califórnia
Tropas foram mobilizadas pelo presidente no início de junho para conter protestos contra repressão imigratória

Camila Stucaluc
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, ordenou, na noite de terça-feira (15), a retirada de 2 mil soldados da Guarda Nacional que foram enviados à Califórnia para conter os protestos contra a repressão imigratória. A decisão, segundo ele, se deve “ao sucesso da missão” na região.
A Guarda Nacional foi enviada a Los Angeles pelo presidente Donald Trump no início de junho, depois que os protestos contra as leis anti-imigração escalaram na cidade. A ordem, no entanto, foi dada contra a vontade do governador da Califórnia, Gavin Newsom, que detém o controle sobre as tropas no estado.
Newsom chegou a entrar na Justiça para revogar a ordem de Trump. Ele obteve sucesso inicialmente, mas um tribunal de apelações permitiu que o presidente mantivesse o controle da Guarda Nacional da Califórnia. A situação gerou tensão entre os políticos, que trocaram farpas em diversas ocasiões.
Em uma das declarações, Newsom acusou Trump de abuso de poder, dizendo que a “democracia estava sob ataque”. Já o republicano defendeu a prisão do governador e ameaçou invocar a Lei da Insurreição — que autoriza o presidente a empregar tropas federais ou federalizar a Guarda Nacional para reprimir protestos descontrolados. A última vez que a legislação foi utilizada foi em 1992, por George H. W. Bush.
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Ao todo, 4 mil soldados da Guarda Nacional foram enviados a Los Angeles. Com a ordem de retirada, metade dos soldados permanecerá atuando na cidade, ao lado de 700 fuzileiros navais. As tropas trabalham para manter a ordem na cidade, bem como para garantir a segurança de agentes do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE).