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Governador da Califórnia acusa Trump de abuso de poder e diz que 'democracia está sob ataque'

Gavin Newsom sinalizou que situação no estado é “apenas o começo” de um regime autoritário

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Governador da Califórnia, Gavin Newsom | Flickr
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O governador da Califórnia, Gavin Newsom, subiu o tom contra o presidente Donald Trump. Em discurso na noite de terça-feira (10), o político acusou o líder norte-americano de abuso de poder por enviar a Guarda Nacional para conter os protestos pró-imigração em Los Angeles, uma vez que as tropas deveriam estar sob controle estadual. Ele citou ser “o começo de um regime autoritário”.

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“Quando Donald Trump buscou autoridade geral para comandar a Guarda Nacional, ele fez com que essa ordem se aplicasse a todos os estados do país. A democracia está sendo atacada diante de nossos olhos — o momento que temíamos chegou. O Estado de direito tem cada vez mais dado lugar ao governo de Donald Trump. É hora de todos nós nos levantarmos”, disse Newsom.

A declaração do governador veio após um tribunal distrital federal recusar o pedido da Califórnia para impedir que a Guarda Nacional e os fuzileiros navais enviados por Trump à Los Angeles agissem além de proteger prédios federais. Para analisar o caso, o juiz marcou uma audiência para quinta-feira (12).

Em meio à aparente impotência do Estado, Newsom denunciou Trump por abuso de poder, dizendo que o presidente “pôs fogo numa situação inflamável”. Na declaração, o governador ainda alertou que a situação que se desenrola na Califórnia é “apenas o começo”.

“Se alguns de nós podem ser capturados nas ruas sem um mandado, com base apenas em suspeita ou cor da pele, então nenhum de nós está seguro. Regimes autoritários começam por visar pessoas com menor capacidade de defesa. Mas não param por aí. A Califórnia pode ser a primeira, mas claramente não terminará aqui. Outros estados são os próximos. A democracia é a próxima”, disse.

Entenda

Os protestos contra as leis anti-imigratórias de Trump começaram no último sábado (7), um dia depois do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE) realizar dezenas de detenções na região. Os atos terminaram em confrontos entre manifestantes e agentes, o que fez Trump determinar o envio da Guarda Nacional para proteger propriedades e funcionários federais, incluindo agentes de imigração.

Em resposta, protestantes queimaram carros e bloquearam rodovias na cidade, o que resultou na prisão de mais de 200 pessoas. Para endurecer a ordem, Trump anunciou o envio de mais 2 mil soldados da Guarda Nacional, bem como cerca de 700 fuzileiros navais para o município.

As ações, no entanto, foram feitas contra as ordens de Newsom, o que acabou escalando a tensão entre o presidente e o governador. Além de defender a prisão de Newsom, Trump chegou a indicar que poderia invocar a Lei da Insurreição — que autoriza o presidente a empregar tropas militares federais ou federalizar a Guarda Nacional para reprimir protestos descontrolados ou distúrbios civis. A última vez que a legislação foi utilizada foi em 1992, pelo então presidente George H. W. Bush.

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