Equador decreta estado de emergência em meio à crise carcerária
Detentos começaram um motim após fuga do chefe da maior quadrilha criminosa do país
O presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou, na noite de segunda-feira (8), estado de emergência em todo território devido à crise do sistema penitenciário no país. A medida, programada para durar 60 dias, inclui toque de recolher das 23h às 5h e autoriza a atuação das Forças Armadas a apoiarem a polícia no patrulhamento das ruas.
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"Acabo de assinar o decreto de estado de exceção para que as Forças Armadas tenham todo o apoio político e legal em seu agir. Não negociaremos com terroristas, nem descansaremos até devolver a paz aos equatorianos", disse Noboa.
A decisão ocorre após incidentes em diversas prisões em todo o país, incluindo a retenção de agentes carcerários por detentos. A rebelião dos presos foi registrada um dia após José Adolfo Macías Villamar, conhecido como Fito, líder da facção criminosa Los Choneros, escapar da prisão de Guayaquil, onde cumpria uma sentença de 34 anos por crime organizado, tráfico de drogas e assassinato.
Segundo o secretário de Comunicação do governo, Roberto Izurieta, mais de 3 mil policiais foram mobilizados para procurar Fito -- considerado o criminoso mais perigoso do país. "A força do Estado está a postos para encontrar esse sujeito extremamente perigoso", disse Izurieta. O Ministério Público abriu uma investigação para apurar a fuga.
Esta não é a primeira vez que Fito, de 44 anos, foge da prisão. Em fevereiro de 2013, ele e outros 15 prisioneiros da gangue Los Choneros, incluindo o então líder do grupo, Jorge Luis Zambrano, escaparam da prisão de segurança máxima conhecida como La Rosa, também em Guayaquil. Eles foram capturados meses depois.
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Além do decreto de estado de emergência, o presidente do Equador prometeu um plano de segurança, que deve englobar armas táticas, novas unidades de inteligência e segurança reforçada em portos e aeroportos - principais meios para o tráfico de drogas. O confinamento temporário de detentos considerados perigosos em navios-prisão também está sendo avaliado.