Eleições EUA: Trump aparece na frente em relação a Joe Biden nas casas de apostas
Mesmo sendo voltadas, em sua maioria, para apostas esportivas, a disputa entre presidentes tem despertado o interesse de diversos apostadores
A fragilidade do atual presidente Joe Biden no primeiro debate antes das eleições de novembro nos Estados Unidos — admitida até mesmo por seus assessores mais próximos e analistas em política internacional — fez com que seu antecessor, Donald Trump, disparasse como favorito nas casas de apostas. Além disso, o fato de Biden ter cogitado se iria continuar na disputa, mexeu com a disputa eleitoral, pelo menos nas cotações.
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O resultado da atuação de ambos no debate, realizado no dia 27 de junho pela CNN, refletiu-se nas casas de apostas. A cotação horas antes era de extremo equilíbrio, acompanhando o que vinha ocorrendo nas pesquisas eleitorais, com rigoroso empate técnico.
Nas plataformas Esportes da Sorte e Casa de Apostas, Donald Trump aparecia antes do debate em vantagem, com odd de 1.63, e Biden com 2.75. No galera.bet e Odds&Scouts, a cotação era de 1.72 para Trump e 2.50 para Biden. Já na Reals e Onabet, a odd de Donald Trump era de 2.00, enquanto a de Biden era de 2.20.
Após o debate, Trump disparou como favorito. No galera.bet e Odds&Scouts, a cotação do republicano aparece com 1.61, enquanto a de Biden é de 8.00. No Esportes da Sorte, Estrela Bet e Casa de Apostas, Trump aparece com odd de 1.53, e Biden com 5.00. Já na Bet7k, Trump tem 1.53 de odd, e Biden, 5.00. Somente ainda em Reals e Onabet a disputa está equilibrada, com odd de 2.00 para Trump e 2.20 para Biden.
O que muda neste cenário todo é que alguns nomes passaram a aparecer ainda mais como candidatos a postulantes à presidência dos Estados Unidos. Favorita a substituir Biden, a advogada e política Kamala Devi Harris já aparece em segundo lugar como favorita nas plataformas de apostas. Por exemplo, no Estrela Bet, Trump tem odd de 1.53, Kamala Harris de 4.50, e Biden de 5.00. Já no galera.bet e Odds&Scouts, Trump tem odd de 1.61, Kamala Harris de 4.00, e Joe Biden de 8.00.
Outro nome que passou a aparecer com destaque foi o do empresário e atual governador da Califórnia, Gavin Newsom. Na Bet7k, ele já aparece em terceiro lugar, com odd de 8.65, atrás de Trump, com 1.64, e Biden, com 4.50. Já no galera.bet e Odds&Scouts, Newsom aparece em quarto, com odd de 10.00, atrás de Trump (1.61), Kamala Harris (4.00) e Joe Biden (8.00).
Além de Trump, Biden, Kamala Harris e Gavin Newsom, dois outros nomes começam a aparecer nesta disputa: Robert Kennedy Jr., sobrinho do presidente John F. Kennedy e filho de Robert F. Kennedy, e Michelle Obama, ex-primeira-dama, esposa do ex-presidente Barack Obama. Nas plataformas Reals e Onabet, Kennedy Jr. e Michelle aparecem empatados na 3ª posição, ambos com odds de 21.00. Um sétimo nome também aparece entre os cotados, a também ex-primeira-dama Hillary Clinton, mas com uma cotação bem mais alta, variando entre 67.00 e 100.00.
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Como são calculadas as odds políticas?
Mesmo sendo voltadas, em sua maioria, para apostas esportivas, a disputa entre presidentes da República tem despertado o interesse de diversos apostadores. No Brasil, esse advento aconteceu a partir da eleição entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022, mas nos Estados Unidos, ela já é comum há pelo menos dez anos.
Essas métricas que medem os favoritos, sejam eles para jogos de futebol, outros esportes ou eleições, são chamadas de odds, que nada mais são do que a avaliação das casas de apostas e do mercado em relação à probabilidade de determinado evento acontecer.
"Cada plataforma faz o seu trabalho em cima desse balizador. As pesquisas eleitorais são uma base para o cálculo, pois são estatísticas matemáticas de chance de vitória. Não são, contudo, o fator único a ser levado em consideração para que a cotação seja ofertada. Trago, então, outros exemplos que devem ser ponderados: qual a proporção histórica para aquele determinado país entre esquerda x direita, quais os resultados das últimas 10 eleições, quantos candidatos iniciaram a corrida eleitoral à frente e perderam no último mês de campanha. Quando aconteceu, quantos pontos atrás ele estava. Relação econômica/eleitoral, avaliação de momento do país e a consequente predileção por uma linha de governo. Tudo isso faz parte do algoritmo e do trabalho personalizado das casas e torna realmente a matemática por trás das cotações bastante complexa e intrigante. Considera-se também o balanceamento por cada casa de apostas, que nada mais é do que a lei de oferta e procura, fazendo com que as odds variem de acordo com o volume despendido naquelas opções", complementa Darwin Filho, CEO de uma das casas.
"É importante lembrar que as odds são dinâmicas e atualizadas em tempo real. No caso de apostas políticas, as pesquisas eleitorais — que seguem a metodologia científica — são, de maneira geral, o principal indicador de probabilidade. No entanto, em alguns casos, é mais difícil estimar. Nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, por exemplo, o sistema de contagem de votos é diferente, com peso diferente para cada estado. Isso quer dizer que um único estado pode decidir os rumos de uma eleição", explica Ricardo Bianco Rosada, fundador da consultoria brmkt.co, que atua nas áreas de Estratégia, Branding, Marketing e Desenvolvimento de Negócios.
"As cotações funcionam exatamente como as tradicionais apostas esportivas: os favoritos acabam possuindo as odds mais baixas. Isso indica que há uma propensão maior desse fato acontecer. Por isso vemos, no cenário atual, algumas cotações bastante altas. Dizem respeito às chamadas 'zebras'. Essas cotações são geradas a partir de uma série de análises de provedores especializados em apostas, considerando toda a ambiência ao longo do período eleitoral", complementa Hans Schleier, diretor de operações da Casa de Apostas.