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Biden diz que vai concorrer para evitar 'desastre' e confunde própria vice com Trump

Em entrevista para reduzir pressão por renúncia, democrata comete nova gafe e mostra convicção sobre ser o mais capacitado na disputa

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, concedeu uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, (11), após o encerramento da Cúpula da Otan, a aliança militar do Atlântico Norte, em Washington. Na pauta, política internacional, mas, especialmente, as pressões para que o democrata renuncie à candidatura pela reeleição.

Após o que chamou de "erro estúpido" no primeiro debate contra o republicano Donald Trump, no último dia 27, Biden tem participado de eventos, concedeu uma entrevista à TV e promoveu a coletiva. "Fiz 20 eventos grandes", afirmou. "O que posso fazer é me colocar com coragem para que as pessoas me vejam". Ele negou que esteja reduzindo o ritmo para dormir mais cedo.

+ Biden admite mau desempenho em debate: "Eu estraguei tudo"

Ainda tossindo um pouco, Biden conseguiu impor um tom mais enérgico em algumas respostas e articulou com propriedade respostas em temas como a guerra na Ucrânia e a situação econômica. Mas cometeu uma gafe que não passou despercebida.

Questionado se confiaria em sua vice, Kamala Harris, para exercer a presidência, Biden trocou o nome da democrata pelo de Trump. "Eu não teria escolhido o vice-presidente Trump para ser vice-presidente se não acreditasse que ele fosse qualificado", afirmou, em referência a Kamala Harris. Foi um erro semelhante ao que cometeu mais cedo, trocando o nome do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, pelo do adversário, o russo Vladimir Putin.

Questionado sobre a gafe, Biden disse que se corrigiu na sequência e que a conferência da Otan foi a mais bem-sucedida de que ele participou. "E vários chefes de Estado disseram que o consenso foi graças à minha atuação", afirmou.

Ao fim da coletiva, um jornalista expôs a Biden a confusão, que já havia sido usada por Trump para caçoar de sua idade, e questionou como ele responderia a isso. Biden apenas disse para escutarem o que Trump diz.

O democrata também enfrentou diversas questões sobre sua saúde física e mental e prometeu que, se seus médicos indicassem novos exames para avaliar sua saúde, ele os faria. "mas não importa o que eu faça, isso não satisfará vocês", disse. E provocou os jornalistas a pedirem laudos clínicos de Trump.

+ George Clooney pede que Biden renuncie à candidatura em artigo no NY Times

Durante toda a entrevista, Biden reforçou sua motivação para continuar na disputa. Ele disse que quer concorrer para terminar o que começou e para evitar um retorno de Trump, que seria "desastroso".

"Não podemos perder direitos civis, direitos das mulheres. É sobre a nossa liberdade", disse. "Controlem armas, não meninas". O democrata ressaltou que sua longa permanência no Senado americano deu a ele conhecimento sobre como lidar com o Congresso e destacou as leis que foram aprovadas durante seu mandato. "Quero terminar o que comecei a reformar com o Congresso".

Biden também destacou que a inflação está no patamar mais baixo em três anos, há criação de emprego e o lucro das empresas dobrou desde a pandemia. E que um retorno de Trump geraria um aumento de impostos para a população.

O democrata afirmou que foi criticado por ser o presidente mais "pró-sindicato" dos Estados Unidos, mas defendeu que, quando a classe média vai bem, quando os trabalhadores vão bem, toda a economia vai bem.

Biden se exaltou algumas vezes e mostrou certa irritação ao usar em vários momentos a expressão "anyway", algo como "de qualquer forma", para encerrar suas respostas. Ele colocou a sua vitória como uma "questão de segurança nacional". "Vai muito além da eleição", afirmou. O democrata acusou Trump de ter afinidade com líderes autoritários e reiterou que é o melhor candidato para manter os aliados europeus unidos e conduzir a Ucrânia a uma vitória contra a Rússia.

Seu desempenho foi melhor quando falou sobre a política internacional. Ele foi enfático ao dizer que fará o máximo por um cessar-fogo em Gaza e disse que aconselhou o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, a não repetir o mesmo erro dos Estados Unidos depois do 11 de Setembro. "Vá atrás de quem cometeu os ataques", afirmou. "Deveríamos ter saído depois de ter pegado Osama Bin Laden".

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