Duas semanas após eleição, Justiça Eleitoral de El Salvador confirma reeleição de Bukele
O próprio presidente se declarou vencedor das eleições no dia seguinte ao final do pleito. Ele já se descreveu como "o ditador mais legal do mundo"
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Duas semanas após as eleições em El Salvador, o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) do país confirmou neste fim de semana a reeleição do presidente Nayib Bukele. No dia seguinte ao final do pleito, o próprio presidente se declarou vencedor das eleições.
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Com 84,65% dos votos, Bukele vai exercer a presidência no país até 2029. As eleições aconteceram no dia 4 de fevereiro deste ano. Cinco dias depois, no dia 9 de fevereiro, o Tribunal informou que o então candidato havia vencido as eleições com 82,86%.
"Declaram-se eleitos presidente e vice-presidente da República de El Salvador o senhor Nayib Armando Bukele Ortez e o senhor Félix Ulloa, respectivamente", comunicou oTSE em ata oficial que confirma o resultado das eleições, divulgada pela rede social X.
Bukele venceu o candidato da FMLN (Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional), Manuel Flores, por ampla vantagem, já que ele ficou em segundo lugar, com 6,4% dos votos.
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O TSE ainda não confirmou o resultado da Assembleia Nacional, mas o próprio Nayib afirmou que seu partido, Nuevas Ideas (Novas Ideias), deve ocupar pelo menos 58 das 60 cadeiras.
Quem é Nayib Bukele?
Filho de um empresário de origem palestina, Bukele tem 42 anos e foi eleito em 2019, com uma plataforma de combate ao crime organizado.
Para diminuir a violência no país, o presidente adotou medidas consideradas controversas, como encarceramento em massa e suspensão de liberdades civis.
Desde 2002, quando El Salvador entrou em estado de exceção, mais de 75 mil pessoas foram presas sem acusações formais por suspeita de ligações com gangues.
Outra ação polêmica de Bukele foi a adoção do bitcoin como moeda legal, criticada por instituições financeiras e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Bukele também fez manobras para conseguir concorrer à reeleição imediata, proibida pela Constituição -- lá, o presidente só estaria elegível novamente dez anos após deixar o poder.
Controlada pelo partido do presidente, a Assembleia fez uma série de mudanças na Suprema Corte, incluindo a aprovação de uma lei forçando juízes com mais de 60 anos ou mais de 30 de serviço a deixarem seus cargos.
Depois das alterações, a Corte autorizou dois mandatos presidenciais seguidos, medida também acatada pelo Tribunal Eleitoral.
Antes da guinada à direita, Bukele foi membro da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), principal partido de esquerda do país.
A carreira política começou quando foi eleito prefeito de Nuevo Cuscatlán, em 2012. Três anos depois, chegou à prefeitura de San Salvador.
Em 2017, foi expulso da FMLN sob acusações de promover divisões internas no partido. Em 2019, fundou o partido Nuevas Ideas, pelo qual concorreu à presidência.