El Salvador terá eleições neste domingo; saiba como pleito influencia a região
Presidente Nayib Bukele deve se reeleger apesar da Constituição do país proibir
El Salvador vai às urnas neste domingo para eleger, ou reeleger, o presidente dos próximos anos. O grande favorito ao posto é o atual mandatário do país, Nayib Bukele. O presidente tem o apoio de nove em cada dez eleitores, de acordo com as pesquisas mais recentes, mesmo depois de contornar a constituição do país para disputar o pleito.
Tamanha popularidade foi alcançada após o enfrentamento às gangues violentas do país com o que podemos chamar de uma “mão implacável”. Críticos de Bukele, veem nas ações, um autocrata que viola os Direitos Humanos e altera as regras para concentrar o poder nas mãos.
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Adversários
Os rivais de Bukele no pleito são Manuel Flores, do partido Farabundo Martí Frente de Libertação Nacional (FMLN), Joel Sanches da Aliança Republicana Nacionalista (Arena), José Renderos da Fuerza Solidaria, Luis Parada do Nuestro Tiempo e Marina Murillo Fraternidade Patriótica Salvadorenha
Influência
As práticas de Bukele ganham apoiadores além das fronteiras e já influenciam líderes políticos em países com sérios problemas de segurança pública, como Equador, Honduras, Haiti e República Dominicana.
Tyler Mattiace, pesquisador das Américas da Human Right Watch, considera o presidente de El Salvador “um dos maiores riscos para os direitos humanos e para a democracia que vemos na América Latina neste momento”. e vai além. “Vemos um número crescente de pessoas em países da América Latina que apoiam este tipo de populismo autoritário porque acreditam que poderia ser a única forma de enfrentar os níveis crescentes de violência.”
Combate à violência com violência
Ex-gerente de publicidade com ascendência Palestina, Bukele foi eleito presidente em 2019. Três anos depois, viu o país se tornar vítima da violência de gangues em várias regiões. A resposta foi forte, com um decreto de estado de emergência e 76 mil pessoas presas, o que representa 1% da população do país. Foram denunciados casos de tortura e a morte de 150 detidos.
O resultado foi que a taxa de homicídios em El Salvador caiu para uma das mais baixas das Américas.
Nova leitura da Constituição
Em 2020, Bukele invadiu a Assembleia Legislativa com soldados depois que os congressistas se negaram a aprovar uma proposta de empréstimo de segurança. Com maioria da oposição, os legisladores proibiram medidas duras de restrições no auge da pandemia da Covid-19.
Isso mudou um ano depois, quando o partido dele formou maioria nas eleições legislativas. O Congresso recém-eleito expurgou o Tribunal Constitucional do país, substituiu juízes e estes juízes decidiram mais tarde que Bukele estava livre para concorrer a um segundo mandato, mesmo com a proibição constitucional