Debate, troca de nomes e saúde: o que levou Biden a desistir das eleições nos EUA
Desempenho em pesquisas e situações ‘confusas’ pressionaram para que presidente deixasse tentativa de reeleição; entenda
A contragosto, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmou a saída da corrida eleitoral no país neste domingo (21). A resposta do democrata veio após semanas de pressão para que ele ponderasse sobre a tentativa de reeleição. Os pedidos vieram de pessoas próximas ao político a aliados do partido democrata, em preocupação ao desempenho dele contra o ex-presidente Donald Trump em 5 de novembro.
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O cenário começou em 27 de junho, em um debate entre os dois candidatos. Biden estava com voz rouca e sem ânimo, enquanto Trump teve bom desempenho, mesmo em declarações controversas que não foram questionadas por Biden.
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A atuação no dia levantou questionamentos a respeito da idade e disposição que ele teria frente a um novo mandato, conduzindo a dezenas de pedidos para que desistisse de um segundo mandato. Outras situações ainda pesaram o processo, como a gafe cometida ao chamar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pelo nome do russo, Vladimir Putin.
Troca de nomes
O equívoco com Zelensky se deu durante a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), no último 11 de julho. O caso aconteceu durante o anúncio do pacto de países da aliança militar para apoiar a Ucrânia.
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Após o ocorrido, Biden rapidamente retornou ao microfone, emendando a gafe: "Presidente Putin – ele vai derrotar Putin... presidente Zelensky." O ucraniano respondeu: "Sou muito melhor". Putin, é o principal opositor da Ucrânia e de Zelensky desde a invasão russa ao país, em 2022.
No mesmo dia, Biden concedeu uma entrevista a jornalistas e, entre as declarações, chamou a vice-presidente, Kamala Harris, pelo nome do opositor, Donald Trump. A troca também repercutiu negativamente.
Pressão no país
A continuidade do político na disputa foi indagada desde o debate em editoriais de diferentes jornais norte-americanos, como o The New York Times e o The Wall Street Journal. As publicações destacaram a possibilidade de vitória de Trump e opinaram que o democrata não conseguiria derrotar o republicano.
Saúde
Os 81 anos de Biden também foram um ponto questionado em relação à candidatura do democrata. Mesmo com pouca diferença, frente aos 78 de Trump, a faixa etária do presidente deixou de ser vista como experiência dando espaço aos questionamentos pelas falhas cometidas.
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Outro impacto recente foi o diagnóstico por covid-19, na última semana. Último boletim médico, divulgado neste domingo, aponta uma melhora na situação de saúde, mas o diagnóstico condicionou uma pausa na agenda do democrata.
Decisão em deixar candidatura
O movimento de Biden foi confirmaodo neste domingo, em uma carta divulgada pelo próprio presidente. No documento, ele afirma que o cargo foi a maior honra ao longo de vida, mas que a desistência pela reeleição é indicada pelo partido e pelo país.
“É o interesse do meu partido e do país que eu me afaste”, afirmou em um trecho do comunicado.
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Biden também disse que irá se concentrar nas entregas enquanto ainda estiver no cargo e defendeu a gestão frente à Casa Branca, dando destaque à economia, atendimento médico e a pauta ambiental