Chanceler da Alemanha autoriza Ucrânia a usar mísseis de longo alcance contra território russo
Friedrich Merz afirmou nesta segunda-feira que Alemanha, Reino Unido, França e EUA retiraram restrições de uso do armamento fornecido aos ucranianos

SBT News
O novo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, anunciou nesta segunda-feira (26) que a Alemanha, o Reino Unido, a França e os Estados Unidos deixaram de impor restrições quanto ao alcance das armas fornecidas à Ucrânia.
Desde que assumiu o governo, há cerca de três semanas, Merz tem buscado intensificar os esforços diplomáticos para manter o apoio do Ocidente à Ucrânia. Durante um fórum promovido pela emissora pública alemã WDR, ele afirmou: "Não há mais restrições de alcance para armas que foram entregues à Ucrânia — nem pelos britânicos, nem pelos franceses, nem por nós, e nem pelos americanos".
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Segundo o chanceler, essa nova postura permite que a Ucrânia se defenda também atacando posições militares em território russo. "Até pouco tempo atrás, ela não podia... Agora, pode", afirmou Merz. Ele acrescentou que essa estratégia é chamada, no jargão militar, de "fogo de longo alcance", destacando que os armamentos estão sendo usados para atingir alvos na retaguarda das forças russas.
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Merz não especificou se essa medida corresponde à flexibilização de restrições adotada e anunciada no fim do ano passado. Ainda assim, o anúncio gerou reação imediata por parte do Kremlin. O porta-voz do governo, Dmitry Peskov, declarou que a decisão de suspender as limitações no uso de armas é "bastante perigosa" e vai "contra os esforços para alcançar um acordo político".
A Alemanha é atualmente o segundo maior fornecedor de ajuda militar à Ucrânia, atrás somente dos Estados Unidos. No entanto, o governo de Merz tem sido mais reservado sobre o envio de mísseis de cruzeiro Taurus, que têm alcance de até 500 quilômetros.
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O fornecimento desse tipo de armamento foi rejeitado por seu antecessor, Olaf Scholz, mas Merz já havia se posicionado favoravelmente ao envio quando estava na oposição. Agora no poder, seu governo optou por não divulgar informações completas sobre os equipamentos repassados aos ucranianos, alegando a necessidade de manter uma "ambiguidade estratégica".