Caso "Tio Paulo": MPRJ denuncia sobrinha por tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver
Érika Souza Vieira Nunes levou o tio, morto há pelo menos duas horas, para assinar um empréstimo
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou Érika Souza Vieira Nunes, mulher que levou o tio Paulo Roberto Braga, já morto, para assinar um empréstimo, por tentativa de estelionato e vilipêndio de cadáver.
A Polícia Civil investiga Érika por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. Ela também responderá por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver.
Para o delegado Fábio Luiz da Silva Souza, a atitude da mulher configura “uma gritante omissão de socorro”.
Relembre o caso
O caso aconteceu no dia 16 de março, em Bangu, no Rio de Janeiro. Na data, Érika levou o tio Paulo, de cadeira de rodas, para assinar um empréstimo de R$ 17 mil em um banco. Inicialmente, ela alegou que era sobrinha do idoso e que ele estava “apenas doente”.
Desconfiados, funcionários acionaram a polícia e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ao analisar o corpo, a equipe médica constatou que o idoso, de 68 anos, estava morto há pelo menos duas horas. Tudo foi filmado por funcionários da agência bancária, que compartilharam o vídeo com os veículos de imprensa.
Érika foi presa em flagrante e transferida para o presídio de Bangu. Um dia depois, ela passou por audiência de custódia, onde teve a prisão preventiva decretada.
O caso gerou repercussão nacional e internacional. Uma investigação foi aberta, uma vez que Érika afirmou que Paulo chegou vivo ao banco. Na conclusão do relatório de inquérito, no entanto, a polícia afirma que, pelas imagens, “fica claro que Paulo já era cadáver quando Érika o levou à agência e, principalmente, que ela sabia de tal fato”.
“Logo antes de entrar ela o segura pelo pescoço para que fique com a cabeça erguida, simulando uma pessoa viva. Dentro da agência ela continua com tal simulação enquanto aguarda atendimento, pois permanece segurando seu pescoço e quando ela solta, a cabeça “despenca” para trás, o que é impossível acontecer com uma pessoa viva, voltando ela a segurar novamente e fingir que conversa com ele”, diz o relatório.