Casa Branca inicia demissões em massa durante paralisação do governo dos EUA
Trump cumpre ameaça de reduzir a força de trabalho federal; cerca de 300 mil servidores já deixaram seus cargos neste ano, e sindicatos acionam a Justiça

SBT News
com informações da Reuters
A Casa Branca anunciou nesta sexta-feira (10) o início de demissões substanciais em toda a administração federal, à medida que o presidente Donald Trump cumpre sua ameaça de cortar a força de trabalho do governo durante a paralisação administrativa que já dura 10 dias.
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As demissões atingem o Departamento do Tesouro, a agência de saúde dos Estados Unidos, e os departamentos de Educação, Comércio e da divisão de Segurança Cibernética do Departamento de Segurança Interna, segundo porta-vozes do governo.
A extensão total dos cortes ainda não foi divulgada, mas cerca de 300 mil funcionários civis federais já deixaram seus cargos neste ano em meio à campanha de redução de pessoal iniciada por Trump.
O presidente ameaçou repetidamente demitir servidores federais durante o impasse e indicou que pretende focar as medidas em "agências democratas". Ele também planeja congelar cerca de US$ 28 bilhões em fundos de infraestrutura destinados a Nova York, Califórnia e Illinois — estados governados por democratas e críticos da administração.
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Embora os republicanos detenham a maioria nas duas Casas do Congresso, o partido precisa de pelo menos sete votos democratas para aprovar um novo projeto de financiamento no Senado. Os democratas, no entanto, condicionam o apoio à manutenção dos subsídios de seguros de saúde e acusam o governo de usar a paralisação como instrumento político.
“Até que os republicanos levem isso a sério, eles são os donos da situação, cada emprego perdido, cada família prejudicada, cada serviço destruído é por causa de suas decisões”, afirmou o líder democrata no Senado, Chuck Schumer.
Os sindicatos de servidores públicos entraram com ação judicial para impedir as demissões, argumentando que as dispensas são ilegais durante uma paralisação do governo. Um juiz federal deve julgar o caso em 16 de outubro.
Por lei, o governo é obrigado a notificar os trabalhadores com 60 dias de antecedência antes de qualquer demissão, prazo que pode ser reduzido para 30 dias em situações excepcionais.